Um grupo de aproximadamente 40 pessoas representantes de organizações não-governamentais, movimentos sociais e especialistas em transporte e planejamento urbano se reuniram nesta terça (6/10). A formação do coletivo de organizações que participou do encontro ganhou força na mobilização em torno do Dia Mundial Sem Carro, comemorado no dia 22 de setembro.
Na reunião foi definida uma agenda de elaboração e sistematização de propostas para melhorar a mobilidade na cidade e o transporte público. O encontro também estabeleceu uma agenda de mobilização para estimular a formulação de propostas da sociedade civil nas várias regiões da cidade.
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Para elaborar e sistematizar as propostas o coletivo de organizações vai levar em consideração uma série de planos e projetos já existentes e acrescentar novas sugestões que contemplem o agravamento das condições de mobilidade na cidade. O coletivo pretende apresentar as propostas para os governos municipal e estadual e para o Legislativo paulistano – algumas de caráter emergencial, para 2010, e outras para serem implantadas ao longo dos próximos quatro anos, como parte do Plano Plurianual 2010-2013.
População quer investimentos em transporte público
A iniciativa do coletivo de organizações de elaborar as propostas para melhorar a mobilidade na capital e o investimento no transporte coletivo atende à vontade dos paulistanos, como demonstra a pesquisa Nossa São Paulo/Ibope, divulgada em setembro. De acordo com os resultados, a população paulistana está totalmente insatisfeita com o trânsito – a nota média para a situação do trânsito na cidade, de 1 a 10, está em 3,0.
Para 47% dos entrevistados, o trânsito é considerado “péssimo”. O tempo médio gasto nos deslocamentos todos os dias é de 2h43.
Para 67% do total de participantes, os investimentos para melhorar a circulação na cidade devem priorizar “o transporte coletivo, com ampliação e modernização das linhas de metrô, trem e ônibus”. Apenas 10% dos pesquisados disseram que os investimentos devem priorizar o “transporte particular, com a construção e ampliação de avenidas, pontes e viadutos”.
O levantamento mostrou também que o transporte coletivo tem nota abaixo da média em todos os aspectos avaliados pelos entrevistados. De 1 a 10, os itens que receberam médias mais baixas foram “lotação dos ônibus” (3,2), “preço da passagem” (3,7), “tempo de espera nos pontos de ônibus ou terminais” (3,8) e “pontualidade nos ônibus” (3,9). Mesmo os aspectos mais bem avaliados – limpeza, conservação e manutenção dos terminais de ônibus e dos ônibus – receberam nota 5,0, abaixo da média 5,5.