O Secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil se comprometeu a realizar várias reuniões temáticas com representantes da sociedade civil para debater políticas para o setor. “Retomar o Conselho Municipal de Cultura pode ser uma maneira de sistematizar a conversa, com agendamento de questões [temas].” Os compromissos foram declarados em reunião com integrantes do GT Cultura do Movimento Nossa São Paulo, nesta terça (20/10).
Após apresentar um balanço de sua gestão e as propostas e metas previstas – como a construção de dois centros culturais, um em Cidade Tiradentes e outro em Itaquera – o secretário reconheceu que o “que está sendo feito está muito aquém da demanda reprimida”. Diante das limitações da pasta, inclusive devido ao congelamento de orçamento deste ano, defendeu que “a política de cultura é maior do que a Secretaria de Cultura” e por isso é importante a complementaridade com iniciativas do governo estadual e federal e da iniciativa privada.
Maurício Broinizi Pereira, coordenador executivo do Movimento, afirmou que os investimentos previstos para o setor ainda estão muito voltados para o centro da cidade, enquanto há “um deserto” de equipamentos culturais na periferia. E propôs ao secretário uma parceria com a sociedade civil e o setor privado para suprir mais rapidamente essa carência.
Calil disse que pode ser “interessante a parceria com a sociedade civil”, e propôs como primeira ação conjunta fazer um mapeamento dos equipamentos culturais da cidade, para pensar o que pode ser “complementarizado”. No entanto, o secretário criticou os modelos de parceria normalmente propostos pela iniciativa privada. “Parceria em que a gente entra com o dinheiro e eles fazem o que eles querem, não interessa. Se for projeto comum e a gente puder dividir recursos, tudo bem.”
O secretário também destacou que a gestão dos Centros Educacionais Unificados (CEUs)“precisa ser revista” para que a infraestrutura de que dispõem seja mais bem utilizada para atividades culturais.
Ao final da reunião, Maria Alice Nassif, coordenadora do GT, reforçou a importância de haver encontros regionais para debater as demandas de cultura com a sociedade civil. Maria Alice também destacou outros pontos a serem debatidos em próximos encontros: a construção de uma política de cultura que torne visível a diversidade da cidade e a importância de ativar o Conselho Municipal de Cultura.