Prefeito atribui corte de vagas a acertos na rede e diz que "sonha" extinguir fila de espera
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) atribuiu ontem a queda no número de matrículas nas pré-escolas de São Paulo a um período de "transição".
A Folha revelou ontem que, entre 2007 e 2009, houve queda de 17 mil matrículas no ensino infantil -5% do total-, embora ainda haja uma fila de 28,5 mil crianças. Faltam vagas em 92 dos 96 distritos da cidade.
Uma das razões para a queda de matrículas é a decisão da prefeitura de determinar às entidades parcerias que transferissem para creches (de 0 a 3 anos) as vagas que antes elas ofereciam na pré-escola (4 a 6).
Kassab afirmou que a situação atual é melhor do que a registrada em 2005.
"Nós estamos vivendo uma transição. Nos dói muito ainda ver que não atingimos a nossa meta. Mas era muito mais doído e muito mais triste quatro anos e meio atrás, quando os números eram assustadoramente piores", disse.
A fila dos que aguardavam vaga na pré-escola, diz a pasta da Educação, era de 47,2 mil em 2008. Ou seja, houve queda no número de matrículas, mas a fila também diminuiu.
Kassab disse que "sonha" em resolver a fila nas creches e pré-escolas. "Se tenho um sonho nesta gestão, é o de até o final dela ter atingido a meta de não ter crianças fora de creche e ter todas as crianças que estudam em Emei estarem estudando com uma carga horária de seis horas. E também nenhuma criança fora de Emei."
O que o prefeito chama hoje de "sonho" era uma de suas principais promessas da campanha eleitoral no ano passado.
A fila nas creches é de 86,9 mil crianças (dados da Secretaria de Educação referente ao mês de setembro). Há dois anos, a fila era de 160 mil.
O secretário da Educação, Alexandre Schneider, afirmou ontem, via o microblog Twitter, que há 7.000 vagas remanescentes na pré-escola. "Ainda faltam vagas em algumas regiões, enquanto em outras há vagas abertas. A demanda, que era de 59 mil crianças há um ano, hoje é de 29 mil", disse.
Ele afirmou ainda que a queda de matrículas na pré-escola é fenômeno nacional.
(EVANDRO SPINELLI E FÁBIO TAKAHASHI)
