A venda de carro a diesel poderá ser liberada no Brasil se o Senado seguir o procedimento da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que aprovou a permissão no início deste mês. O projeto do senador Gerson Camata seguirá para a exame na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
O problema de ampliar o uso do diesel no país é a grande concentração de enxofre no combustível brasileiro, o que torna ainda pior o ar das grandes cidades. De acordo com estudos do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP, das 110 mortes por causas naturais na região metropolitana 12 a 14 são conseqüências do diesel. Em São Paulo, a alta concentração de enxofre é responsável pela morte de 3 mil paulistanos por ano, o médico Paulo Saldiva, pesquisador do laboratório.
A concentração de enxofre no Brasil é de 500 partes por milhão nas grandes cidades e de 1.800 no interior. Uma resolução do Conama de 2002 previa a redução do enxofre no combustível brasileiro para 50 ppmS em janeiro deste ano. Mas um acordo liderado pelo ministério público, envolvendo a Petrobrás, as montadores e a Cetesb adiou por quatro anos a distribuição do diesel mais limpo.
Com o objetivo de pressionar as autoridades e alertar a população sobre a necessidade de antecipar a distribuição do diesel mais limpo, o Movimento Nossa São Paulo tem participado de várias mobilizações. Entre as iniciativas, promoverá no dia 21 de setembro o seminário “O Impacto da Poluição na Saúde Pública”. O evento será realizado no auditório da Faculdade de Medicina da USP, as 9h às 16h, como parte das atividades do Dia Mundial Sem Carro, comemorado em 22 de setembro.
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