Naiana Oscar
Depois de desistir da criação de cinco corredores de ônibus na capital paulista, mudar o projeto previsto para a Avenida Celso Garcia e transferir para o Metrô o Expresso Tiradentes, a Prefeitura de São Paulo começa hoje a licitação para instalar 34 km de monotrilhos na zona sul. O sistema, adotado principalmente em cidades asiáticas e inédito no País, terá dois trechos, ligando o terminal Jardim Ângela à Vila Olímpia, de um lado, e à Vila Sônia do outro.
Até o fim de seu mandato, o prefeito Gilberto Kassab deve inaugurar as primeiras estações. E o restante deve ser entregue antes da Copa de 2014. "Essa é uma expectativa razoável", afirmou, depois de dizer que não gostaria de fixar prazos. O projeto da obra terá um custo de R$ 50 milhões e deve ser concluído até o fim de 2010.
Primeiro, serão construídos 11 km de linha, entre o Terminal Jardim Ângela e o Largo 13, em Santo Amaro. Essa etapa custará em torno de U$ 800 milhões e será bancada pela Prefeitura. A segunda etapa, que inclui os outros 23 km, ficará a cargo da iniciativa privada, que em contrapartida poderá operar todo o sistema. "É algo similar ao que foi feito no Rodoanel", disse Kassab.
O monotrilho é um tipo de metrô leve, que trafega sobre um trilho único, com pneus. Em São Paulo, cada composição terá no máximo seis vagões, com capacidade para transportar 30 mil passageiros por hora. Segundo anúncio da Prefeitura, o intervalo entre os trens será de um minuto e meio e a tarifa cobrada será a mesma do Metrô, que atualmente é 10% mais cara que a dos ônibus.
O custo de cada km de linha para monotrilho é de U$ 75 milhões, em média – o dobro do investimento necessário para a criação de corredores de ônibus e a metade do que é necessário para metrô. "Avaliamos que esse é o sistema que tem o menor impacto ambiental e urbanístico, é de construção mais rápida e de requalificação da área", afirmou o secretário de Transportes, Alexandre de Moraes. Segundo ele, está prevista também a construção de praças e ciclovias no entorno das linhas.