Estados dizem não haver necessidade de abrir banco de dados ao público
Secretaria paulista afirma que Promotoria, prefeitos de cidades conveniadas e as guardas municipais já têm acesso a todos os números
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
São Paulo e Rio de Janeiro, capitais que lideram o ranking absoluto de homicídios no país, não têm planos de divulgar seus dados georreferenciados de crimes, usados para planejamento interno.
Em São Paulo, funciona desde 1999 um sistema avançado, chamado Infocrim. Ele é usado para planejamento de ação da polícia, abrangendo o registro eletrônico e localização geográfica de crimes em 372 municípios do Estado, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
O sistema foi implantado inicialmente na capital. Entre 2001 e 2003, foi expandido para toda a Grande São Paulo e, nos anos seguintes, para cidades do interior. A secretaria não explicou a razão de os dados georreferenciados não serem divulgados na internet, mas diz que há transparência.
O órgão afirma que Ministério Público e prefeitos de municípios conveniados, assim como as guardas municipais dessas cidades, têm acesso aos dados, que incluem não só homicídios, mas outros crimes como roubos e furtos.
Os governadores de São Paulo e Minas Gerais, os tucanos José Serra e Aécio Neves, são pré-candidatos à Presidência da República e disputam a indicação do PSDB para a corrida sucessória.
No Rio, a Secretaria de Segurança diz que "está sempre atenta a novidades na segurança pública", mas que "não há previsão de implantar este sistema georreferenciado no Estado". O órgão também não explicou suas razões.
A secretaria afirma que, apesar disso, o Rio é o Estado "com maior transparência nos índices de criminalidade no Brasil", com a divulgação mensal de 39 índices criminais.