“Risco é maior nas regiões metropolitanas” – O Estado de S.Paulo

 

Essas áreas devem receber 25 milhões de habitantes até 2025

João Domingos, BRASÍLIA

O Atlas de Abastecimento Urbano de Água feito pela Agência Nacional de Águas (ANA) estudou a Região Nordeste (com o norte e o noroeste de Minas), as regiões metropolitanas do País e as cidades com mais de 250 mil habitantes, além dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Essas áreas terão de investir pelo menos R$ 18,2 bilhões até 2015 para garantir o suprimento de água potável a seus habitantes. "A situação mais grave está nas regiões metropolitanas, que deverão receber 25 milhões de novos habitantes até 2025", disse o presidente da ANA, José Machado.

Falta ainda à ANA fazer os mapas completos do Estado de São Paulo e das Regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste, embora boa parte já esteja pronta, já que faltam apenas as cidades de menos de 250 mil habitantes de fora das regiões metropolitanas. A ANA quer fazer a atualização constante dos mapas para que quando os outros ficarem prontos todos os gestores do País possam acompanhar a situação dos recursos hídricos, além da necessidade de investimentos em água potável. No Atlas, a ANA apontou ainda a necessidade de serviços de tratamento de esgoto para cada área quando é possível, assim, melhorar a qualidade da água.

A ideia, de acordo com o presidente da ANA, é que haja um arranjo institucional consistente entre todos, para que a viabilidade técnica dos investimentos seja possível. O Atlas consolida o planejamento da oferta de água a partir do diagnóstico dos mananciais e da infraestrutura hídrica existente, além da identificação das melhores alternativas técnicas.

Ficou claro que as regiões com maior grau de comprometimento da qualidade da água dos mananciais são as que se situam em regiões metropolitanas ou com mais de 250 mil habitantes. É o caso de Porto Alegre, que precisa de investimentos de R$ 4,4 bilhões para proteger os mananciais e o Rio Guaiba. Também foi constatada a necessidade de se buscar mananciais cada vez mais distantes. E que os investimentos em obras de regularização evidenciam a pressão dos grandes centros urbanos sobre os recursos hídricos locais – há casos graves em Curitiba, Goiânia, Brasília e Fortaleza. Isso implica em ações para o aumento dos reservatórios e controle das fontes poluidoras.

Há diminuição gradativa do aproveitamento de águas subterrâneas, diretriz estratégica para cidades como Belém, Manaus, Natal e Maceió. Isso leva a maiores investimentos para o aproveitamento dos novos mananciais que ficam na superfície ou ampliação dos sistemas existentes. Também foi constatado que quase 50% dos sistemas produtores requerem melhorias, 15% deles sistemas integrados, mais complexos, em Belo Horizonte, Recife e Salvador. O Estado que precisa do maior investimento em recursos hídricos é Pernambuco.

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