“Prefeitura vai retirar famílias de áreas de alagamento e construir parque no local” – Portal G1

Entre 3,5 mil e 7 mil famílias devem ter de deixar região na Zona Leste.
Bairros permanecem alagados quase uma semana após chuva.

Luísa Brito Do G1, em São Paulo

Famílias que vivem em áreas de várzeas do Rio Tietê na Zona Leste da capital paulista serão retiradas de suas casas para a construção de um parque no local. Entre 3.500 e 7 mil famílias devem deixar suas moradias a partir do início do ano que vem, segundo anunciou nesta segunda-feira (14) o prefeito Gilberto Kassab (DEM).

De acordo com o prefeito, a partir desta semana, as famílias começaram a ser cadastradas e receberão bolsa aluguel até que possam ser encaminhadas para novas moradias. O valor do aluguel e os locais das novas moradias ainda não foram determinados pela prefeitura, mas, segundo o prefeito, as novas casas serão na Zona Leste, perto de onde as famílias moram.

 

As chuvas que atingiram a cidade entre a segunda-feira (7) e a terça-feira (8) provocaram inundações em diversos bairros, principalmente na área do Jardim Pantanal, que engloba nove localidades, onde vivem 60 mil pessoas. Alguns pontos, permanecem alagados quase uma semana após as chuvas. Segundo a prefeitura, essa água deve levar ainda pelo menos três dias para ser totalmente escoada, se não chover novamente.

 

A maior parte das famílias que serão retiradas moram em áreas de várzeas no Jardim Romano, Jardim Helena, Chácara Três Meninas e Jardim São Martinho. De acordo com o subprefeito de São Miguel, Nilton Persoli, a área de várzea é variável, mas, em alguns pontos, fica a até 500 metros do leito do rio.

Várias casas e outras edificações na área devem ser demolidas. De acordo com Kassab, só não serão destruídos prédios públicos como escolas e postos de saúde. Após a saída das famílias e demolição dos imóveis no local, o projeto é transformar a área em um parque, que além de área verde, contará também com equipamentos de lazer e culturais. “A recuperação da área de várzea é fundamental. Lá só ficarão atividades compatíveis com área de várzea”, explicou a secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena. Segundo ela, a capital paulista é uma área prioritária porque é onde as várzeas estão alagadas.

O projeto do Parque Várzeas do Tietê já havia sido lançado e prevê a recuperação de 75 quilômetros de áreas de várzeas entre a barragem da Penha, na Zona Leste da capital, e o município de Salesópolis. Só na capital, são 25 quilômetros de extensão.

A previsão era que o trecho na capital paulista fosse concluído até 2014. No entanto, segundo o prefeito, após os problemas dos alagamentos, a prefeitura juntamente com o governo do estado decidiram acelerar as obras e a nova previsão é que os trabalhos sejam concluídos até 2010. Segundo Kassab, só na área de habitação serão investidos R$ 300 milhões.

 

O parque contará com uma ciclovia e uma via para as pessoas transitarem entre os equipamentos montados na área. Essas estruturas vão separar a área do parque do local onde já poderá haver construções. Em toda a extensão, nos 75 quilômetros, o parque contará com 33 pequenos núcleos de lazer e estrutura para eventos culturais. Toda a obra está orçada em R$ 1,7 bilhão.

 

A prefeitura informou ter distribuído, no sábado (12) colchões, cobertores, cestas básicas e produtos de limpeza para 9.907 famílias que moram na região alagada.

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