Só a área central teve 210 ocorrências no ano passado
Bruno Paes Manso, Daniel Jelim do estadao.com.br
Água – Enchente no Jardim Romano, zona leste da capital paulista
O salto no número de alagamentos entre 2004 e o ano passado atingiu quase todas as regiões da cidade. Mas as ruas das Subprefeituras da Sé, no centro, Pinheiros e Lapa, na zona oeste, foram as que mais sofreram com as chuvas. Além de liderarem o ranking dos bairros que concentraram o maior número de ocorrências, estavam também entre os maiores aumentos no período.
Na área da Subprefeitura da Sé, o número de alagamentos pulou de 54 para 210 ocorrências (alta de 289%). Em Pinheiros, foi de 52 para 208 (300%). Na Lapa, de 39 para 164 (321%). Em apenas três regiões de São Paulo houve queda nos índices: Freguesia do Ó, Jaçanã/Tremembé e Perus, todas na zona norte.
A concentração de alagamentos nessas regiões é decorrência de problemas estruturais nas diferentes bacias que cortam esses bairros, segundo explicação da Prefeitura.
A região central é cortada pela bacia dos Rios Saracura e Itororó. Desde 2004, o convênio entre a Prefeitura e o Banco Interamericano de Desenvolvimento previa a construção de dois piscinões na Praça 14 Bis e das Bandeiras. O contrato foi revisto quando José Serra (PSDB) assumiu a Prefeitura. Foram pensadas alternativas, como um túnel que ligasse a bacia com o Rio Tamanduateí. Essas solução foi descartada e os piscinões, com capacidade para 80 mil metros cúbicos, voltaram a ser a alternativa. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse ontem que a construção dos piscinões deve começar em maio (leia mais ao lado).
Já a região de Pinheiros sofre com a força das águas da bacia do Córrego Verde. Na Lapa, os problemas estão relacionados à bacia dos Córregos Sumaré e Água Preta. Para intervir nessas regiões, a Prefeitura prepara licitação para construir um reservatório na Rua Abegoaria, com o objetivo de reter as águas que descem para Pinheiros. O projeto executivo para a intervenção nos córregos Sumaré e Lapa ainda está em estudo.
Citando dados do Novo Sistema de Execução Orçamentária, o secretário adjunto da Siurb, Marcos Rodrigues Penido, afirma que os investimentos em drenagem e manutenção de córregos e bocas de lobo chegaram a R$ 309 milhões neste ano, valor 141% maior do que em 2006.