DA REPORTAGEM LOCAL
A impermeabilização do solo é uma das causas dos alagamentos constantes nas regiões mais chuvosas de São Paulo. A vegetação, ou mesmo áreas de terra, sem cimento, são úteis para absorver parte da chuva.
O Jardim Pantanal (zona leste), que desde o início de dezembro sofre com alagamentos, voltou a inundar anteontem, após limpeza da prefeitura. Ele está entre as regiões que têm mais concreto da cidade.
No vizinho Itaim Paulista, campeão das chuvas e também muito impermeável, moradores relatam que neste verão já perderam móveis e eletrodomésticos. O motorista Alessandro Jorge da Silva, 31, teve que construir um degrau de concreto na porta de entrada para evitar uma nova invasão da água.
Ele mora perto do córrego Armênio Soares, que a prefeitura diz ter despoluído. Mas, na última enchente, há duas semanas, ele transbordou e a água, misturada com esgoto, invadiu casas a um quarteirão de distância. Na última quinta, a rua ainda estava repleta de lama.
A Subprefeitura do Itaim Paulista afirmou que as galerias de águas pluviais e de esgoto romperam por causa da chuva, mas estão sendo arrumadas.
Próxima à Consolação (centro), terceiro no ranking das chuvas e com mais de 65% da área impermeável, a alameda Santos também foi atingida pelos alagamentos na altura da rua Peixoto Gomide.
Bueiro sujo
"Fazia mais de cinco anos que não tinha alagamento aqui", diz o empresário João Batista Souza. Ele foi causado por um bueiro entupido, arrumado após o alagamento.
Levantamento da secretaria do Verde e Meio Ambiente e dos pesquisadores da USP estima em 69% a taxa de impermeabilização média dos bairros mais habitados. Outra estimativa calculava em 45% a média da cidade há dez anos.