Pesquisa do Ibope revela que 26% consideram a administração ruim ou péssima; nota para a cidade é 4,8
Gabriel Vituri e Renato Machado, do estadao.com.br
A avaliação foi feita com base no IRBEM (Indicadores de Referência de bem-estar no Município), que compreende aspectos como saúde, transporte, habitação, meio ambiente, trabalho, espiritualidade, sexualidade, transparência e participação política, entre outros.
A nota média de São Paulo foi de 4,8 pontos numa escala de 1 a 10. A nota 1 significa estar totalmente insatisfeito; a nota 10, totalmente satisfeito.
A pesquisa do Ibope entrevistou 1.512 entrevistados, entre 2 e 16 de dezembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Um ano atrás, 53% afirmavam que não sairiam de São Paulo; em dezembro de 2009, houve uma inversão: 57% afirmaram que gostariam de morar em outra cidade, e só 41% preferem ficar. "Há que se levar em conta que a pesquisa anterior foi feita logo após as eleições, então o clima era outro. Agora estamos vivendo as enchentes", diz a diretora executiva do Ibope Marcia Cavallari.
No topo da avaliação ficou o quesito das relações humanas, com 6,5, seguido de religião e espiritualidade (com 6,3). O item trabalho também obteve nota acima da média, com 6,2, embora o número de entrevistados que consideram algum aspecto do trabalho bom ou ótimo não tenha passado de 25%.
Saúde e educação ficaram com uma média de 5,1 e 5,0, respectivamente. Mais de 60% acreditam que não há democracia na educação e 71% acham que o serviço para agendar consultas, exames e resultados nos sistemas de saúde é ruim ou péssimo. Os menores índices, por sua vez, ficaram com segurança (4,3), transporte (4,0), desigualdade social (3,9).
A nota mais baixa ficou com transparência e participação política (nota 3,3), revelando grande aumento no grau de insatisfação e impopularidade da administração municipal atual. A honestidade dos governantes foi avaliada por 92% dos entrevistados como ruim ou péssima, e a punição à corrupção e a transparência dos investimentos públicos foram mal avaliados por 88%. A nota para honestidade dos políticos foi de apenas 2,3.
"É interessante comparar esses indicadores com o plano de metas apresentado pela gestão municipal para ver se os interesses da população são atendidos, e as pessoas precisam acompanhar para ver se o plano de metas é cumprido", diz um dos idealizadores do Movimento Nossa São Paulo, Oded Grajew.