Até o final do ano, serão mais 25 centrais em toda a cidade e mais dois centros de capacitação para os trabalhadores de triagens
Secretaria não fala sobre 35% do lixo reciclado ir parar em aterros; empresas dizem que caminhões recebem menos carga para evitar prensa
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo diz que está investindo para melhorar o recolhimento e ampliar a coleta seletiva realizada na porta da casa dos paulistanos -hoje, cerca de 6 milhões de pessoas contam com essa facilidade na capital.
Por e-mail, a assessoria de imprensa da Secretaria de Serviços informou que até o final do ano implantará dois centros de capacitação para os trabalhadores de triagens e investirá R$ 25 milhões para a criação de mais 25 centrais -hoje são 16.
Hoje, 74 dos 96 distritos contam com caminhão de coleta seletiva. Segundo a administração, um dos critérios para implantar o serviço em determinada área é a quantidade de solicitações dos munícipes.
Não comenta
Perguntada sobre o fato de 35% da coleta seletiva acabar no lixo comum, a assessoria da Secretaria de Serviços nada respondeu.
O contrato da prefeitura com as empresas de coleta prevê o uso de caminhões compactadores na realização do serviço. Mas a prefeitura afirma que os veículos são regulados para que a prensa seja menos intensa do que na coleta domiciliar, para não danificar os materiais.
Diz ainda disponibilizar para as centrais de triagem 37 caminhões-gaiola. Esses caminhões têm caçamba com grades -o material não é prensado. Sua capacidade, porém, é menor, demandando mais viagens.
Loga e Ecourbis, as duas concessionárias que realizam o serviço na capital, afirmam que, quando executam a coleta seletiva, seus caminhões (com capacidade para 15 toneladas) são programados para receber, no máximo, três toneladas.
"Veículos compactadores das concessionárias são empregados [na coleta seletiva] para aproveitar o circuito e o combustível. Tudo gira em torno dos custos", analisa Elisabeth Grimberg, coordenadora da área de ambiente urbano e diretora do Instituto Pólis.
Segundo ela, se houvesse mais centrais espalhadas pela cidade, os circuitos de coleta seriam mais curtos, diminuindo a necessidade da prensa.
(MARIANA BARROS)