Por Valéria Dias – valdias@usp.br
Imagine a cidade de São Paulo com várias vias expressas em sistema de circulação em grelha, interligando anéis viários e rodovias. A idéia consta no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de 1971, mas nunca foi colocada em prática. Nesses tempos em que o ritmo da cidade é pautado por congestionamentos e alagamentos, fica a pergunta: Por que projetos como esses não foram executados?. Algumas respostas podem ser encontradas no livro Avenidas 1950-2000 – 50 anos de Planejamento da cidade de São Paulo.
De autoria do professor Witold Zmitrowicz, da Escola Politécnica da USP, e do engenheiro Geraldo Borghetti, a obra mostra que foram criados para a cidade de São Paulo inúmeros projetos de planejamento urbano. “Mas, no decorrer dos anos vários deles foram interrompidos, modificados ou simplesmente não foram executados por interferência de aspectos tecnológicos, financeiros, econômicos, políticos e sociais que impediram a continuidade desses projetos”, conta Zmitrowicz. De acordo com o professor, esses fatores são decisivos para indicar o que vai e o que não vai ser executado na cidade.
Vias expressas
O sistema de vias expressas foi iniciado na gestão do prefeito José Carlos de Figueiredo Ferraz (08/04/1971 – 21/08/1973), professor da Poli e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP , e consistia na construção e na adaptação de várias avenidas que atravessariam a cidade, tanto no sentido leste-oeste como no sentido norte-sul. Elas incluiriam anéis viários projetados e fariam ligação com os municípios da região metropolitana de São Paulo, e também com rodovias já existentes e outras que estavam em projeto de construção.