Ouvidoria recebeu 732 reclamações em 2009; em 2008, foram 390
Felipe Grandin
Entre as queixas recebidas pela ouvidoria municipal de São Paulo, as reclamações sobre o transporte público foram as que mais cresceram em 2009. Em comparação com o ano anterior, houve alta de 88% na quantidade de críticas ao sistema de transporte da capital. O número passou de 390 para 732.
Em seguida, estão as reclamações relacionadas a buracos de rua (alta de 55%), jardinagem (38%) e perturbação do silêncio (19%). Apesar de terem registrado queda em 2009, as críticas à qualidade do atendimento e à iluminação pública ainda lideram o ranking das queixas (2.420 e 2.144 reclamações, respectivamente).
No total, a quantidade de manifestações caiu 5,8% em relação a 2008, de 17.272 para 16.265. Embora considere que o total tenha se mantido "estável", a ouvidora-geral do município, Maria Inês Fornazaro, considera que houve "aumento significativo" nas queixas de transporte público. Segundo ela, a maior parte está ligada a falhas no bilhete único. "Houve uma série de problemas no ano passado, como dificuldades para recarga do bilhete e renovação do transporte escolar."
Para a Secretaria Municipal de Transportes, a mudança nas regras do bilhete único de deficientes e de vale-transporte motivou a disparada. Segundo a pasta, o crescimento "interrompeu a tendência de queda registrada nos anos anteriores".
A alteração nas regras, diz a secretaria, teve como objetivo combater fraudes que "lesam os cofres públicos em até R$ 200 milhões por ano". Segundo a pasta, inicialmente as queixas foram feitas por quem não entendia as mudanças. "Porém, no decorrer do ano, o volume de reclamações caiu."
O número total de queixas é muito maior, se considerados outros canais. No ano passado, a SPTrans recebia em média 205 reclamações por dia. As denúncias são alvo de inquérito do Ministério Público (MP). O promotor Saad Mazloum criou o Blog do Ônibus (www.onibus.blog.br) para reunir queixas dos passageiros.
Sobre as queixas de buracos de ruas, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras afirmou que 2009 foi "atípico", por causa das chuvas fortes.
