“Brasileiro consome por dia 3,6 mil litros de água” – Destak


Segundo relatório da ONU publicado em 2003 e revalidado em 2009, 884 milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a água potável. Já previsões da Unesco apontam para 3 bilhões de pessoas que sofrerão com a escassez de água em 2025. Resultado do 5º Fórum Mundial da Água, que aconteceu em Istambul, na Turquia, no ano passado, o documento enfatiza a necessidade de economizar água, em particular no setor agrícola.

Foi a partir de constatações como essas que um grupo de empresas espalhadas pelo mundo, ONGs e a ONU lançaram a Water Footprint Network (Rede Pegada da Água). Utilizando os mesmos princípios da "pegada de carbono", a proposta é calcular a "pegada hídrica", um indicador que considera o consumo de água real e virtual de um indivíduo ou comunidade.

O consumo real é aquele utilizado para as necessidades básicas, como tomar banho, escovar os dentes, lavar roupas, cozinhar e matar a sede. Já no consumo de água virtual é considerado o gasto com processos de produção de todos os bens e serviços. Para se ter uma ideia, 16 mil litros de água são gastos na produção de 1 kg de carne bovina, enquanto para a produção de uma xícara de café são gastos 140 litros.

Calcula-se que cada brasileiro seja responsável por uma "pegada hídrica" de 3,4 mil litros de água por dia. Considerando o gasto médio de água real, de 200 litros, o número impressiona, chegando a um total diário de consumo de 3,6 mil litros.

Conscientização

"Gastamos de 13 a 15 vezes mais água virtual do que o necessário", afirma o representante no Brasil da ONG holandesa Water Footprint Network, Eduardo Mário Mendiondo.

"O conceito de pegada da água é uma forma muito eficaz de contribuir para conscientizar os agricultores, supermercados e consumidores a respeito do teor de água de todas as commoditties que eles produzem, vendem ou compram e consomem", explica o cientista britânico John Anthony Allan, criador do conceito de água virtual.

Empresas brasileiras já pensam em utilizar as ferramentas da "pegada hídrica" para rever processos e diminuir o desperdício. Mas cada um precisa fazer a sua parte e só resta repensar os hábitos de consumo e economizar.

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