Jardim Pantanal terá escola técnica graças à mobilização da comunidade

 

Representante da Secretaria Estadual de Desenvolvimento confirmou a construção de uma ETEC no bairro de São Miguel Paulista. O início dos cursos está previsto para o próximo ano

Nesta segunda-feira, 22 de março, João Manoel Scudeler de Barros, coordenador do programa de expansão da Educação Profissional da Secretaria Estadual de Desenvolvimento, anunciou a construção de uma escola técnica (ETEC) no Jardim Pantanal, em São Miguel Paulista, zona leste da capital. O compromisso com a comunidade foi firmado durante a 5° Reunião do Povo do Jardim Lappena, União de Vila Nova e Sítio Mirim, que ocorreu, pela manhã, no Galpão de Cultura e Cidadania, localizado no Jardim Lappena.

A Reunião do Povo é um espaço de atuação pelo qual a comunidade se encontra para debater demandas e traçar caminhos de aproximação com o poder público. A iniciativa exemplifica o trabalho da Fundação Tide Setubal de estímulo ao engajamento da comunidade de São Miguel na resolução de seus problemas.

O coordenador representou o secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, que foi convidado a participar do encontro, mas não pôde comparecer devido a outros compromissos. Durante a reunião, Barros declarou que o prédio deve ser erguido em um terreno cedido pelo CDHU, na rua Castelo Branco. O projeto será desenvolvido pelo arquiteto Ruy Ohtake.

Também já foram pré-definidos os cursos a serem oferecidos à população. São eles: técnico em administração, em nutrição e em informática. Para cada um, haverá 80 vagas, sendo metade no período vespertino e outra, no noturno. No período da manhã, haverá 80 vagas para o Ensino Médio. “Estamos abertos às sugestões da comunidade para complementarmos a grade curricular. Se houver demanda para outra área — hidráulica, por exemplo —, podemos acrescentar um novo curso”, afirmou Barros.

Conquistas coletivas

Maria Alice Setubal, presidente da Fundação Tide Setubal, esteve presente ao evento e destacou a conquista da ETEC como resultado de uma antiga história de luta. “Estamos avançando. Diferentes instâncias estão juntas em prol das comunidades. Isso faz toda a diferença.”

Padre Ticão, um dos articuladores da Reunião do Povo, enfatizou que “A comunidade está nesta luta há dez anos”. Já Tião Soares, da área de relações institucionais da Fundação Tide Setubal, ressaltou o papel de mediação da Fundação: “Unimos forças em prol do bem comum”.

Para Tânia Mamote, moradora do Jardim Lapenna e mãe de uma jovem de 18 anos, a conquista da ETEC representa novos caminhos para os adolescentes da comunidade. “Hoje só o Ensino Médio é pouco para conseguir emprego. O técnico abre mais oportunidades de trabalho”, enfatiza.

De acordo com o coordenador do programa de expansão da educação profissional, essa modalidade de ensino tem como objetivo atender à demanda por emprego, preparando o jovem para o mundo trabalho. “A empregabilidade dos concluintes da ETEC chega a 75%”, ressaltou Barros.

Na próxima reunião, agendada para 5 de abril, o coordenador deve anunciar quando começam as obras. Para ele, entretanto, ainda não é possível falar uma data precisa, pois tal definição depende do encaminhamento do reforço orçamentário que foi pedido à Secretária Estadual de Planejamento. “O projeto deve custar cerca de R$ 5 milhões; ainda não temos essa verba em caixa”, disse.

Normalmente, depois de resolvidas as questões de recursos e de licitação, a construção do prédio costuma durar em média um ano. Mas, enquanto as instalações não ficam prontas, a comunidade pediu para que haja curso técnico em salas ociosas da rede estadual de ensino. Barros se comprometeu em abrir vagas na Escola Estadual Paulo Kobayashi, no 1° semestre de 2011.

Mobilização social

A Reunião do Povo contou com cerca de 50 moradores. Eles também debateram com o professor Isaias de Souza, diretor regional de educação de São Miguel Paulista, a construção de uma creche no Jardim Lapenna, em um terreno na Rua Almiro dos Reis, em frente ao chamado Mutirão Lapenna. Outro ponto em pauta foi a proposta de uma nova Escola Municipal no território.

Para cada projeto, os participantes formam uma comissão, com o objetivo de acompanhar o andamento da respectiva demanda, incluindo reuniões com representantes do poder público. No próximo encontro, as comissões devem trazer as respostas do Departamento de Edificações (EDIF) sobre o encaminhamento dessas duas reivindicações.

 

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