“Número de motos cresce 3.000% desde 1980” – Folha de S.Paulo

DA SUCURSAL DO RIO

Em pouco menos de três décadas, o número de motocicletas em circulação no país saltou de 270 mil para 9,2 milhões. A expansão -de mais de 3.000%- entre 1980 e 2008 foi a maior registrada entre os diferentes tipos de veículos rodoviários que circulam no país.

No entanto, ao contrário do que ocorreu com o segmento de automóveis, no qual o crescimento da frota foi acompanhada de uma migração para veículos flex, no caso das motocicletas, quase todas são movidas a gasolina, combustível mais poluente. De todas as motos em circulação em 2009, apenas 2% funcionavam tanto com álcool quanto com gasolina.

O controle sobre as emissões de poluentes por parte dos veículos de duas rodas também é recente – até 2002, não havia qualquer regra sobre o assunto. Com isso, uma moto poluía o mesmo que três carros. Hoje, segundo o gerente de qualidade do ar do Ministério do Meio Ambiente, Rudolf Noronha, os números já são equivalentes.

Para o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), a explosão na quantidade de motos em circulação está relacionada à qualidade baixa e ao preço alto do transporte público, além dos engarrafamentos cada vez maiores nas cidades. A projeção é que, em 2020, o número de motocicletas em circulação no Brasil chegue a 20 milhões.

O ministro afirma, porém, que a população precisa atentar para o problema ambiental e urbano causado pelos meios de transporte. "Ela [a população] pode escolher veículos menos poluentes, utilizar transportes alternativos e exigir dos governantes medidas efetivas para um transporte integrado nas grandes cidades", afirmou.

Ele lembrou que, no site do Ibama (www.ibama.gov.br), é possível consultar a "nota verde" dos veículos comercializados no país, atribuída de acordo com as características e níveis de emissão de poluentes e gases do efeito estufa.

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