Congresso discute parcerias que podem melhorar qualidade de vida em São Paulo

 

Representantes do poder público, de empresas privadas e de entidades sociais relatam iniciativas em diversas áreas da cidade

Geração de trabalho e renda com reciclagem de resíduos, concessão de crédito para pequenos empreendedores, empregabilidade de jovens e pessoas com deficiência, capacitação de professores e criação dos conselhos regionais de meio ambiente e cultura de paz nas subprefeituras foram algumas das experiências apresentadas durante o congresso "Modelos de Parceria entre Poder Público, Iniciativa Privada e Terceiro Setor", realizado esta semana no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. As iniciativas, relatadas por representantes da prefeitura paulistana, de empresas e de entidades sociais, demonstram a importância da ação conjunta dos três atores sociais para melhorar a qualidade de vida na cidade.

A primeira a apresentar as ações que desenvolve foi a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, representada pela secretária adjunta, Leda Maria Aschermann, que explicou as seis linhas de atuação da pasta: ar, terra, água, eco-economia, cultura da paz e verde e biodiversidade. Ela destacou a criação dos conselhos regionais de meio ambiente e cultura de paz. “Até o momento 24 conselhos foram eleitos e a meta para 2012 é criar 31, um em cada subprefeitura”, afirmou.

Segundo Leda, uma das dificuldades encontradas pela secretaria é a grande distância entre as regiões da cidade. Para contornar o problema, foram criados até o momento 10 núcleos de ação descentralizada.

Na sequência, Vinicius Madazio, da Fundação S.O.S Mata Atlântica, e Gabriel Menezes, do programa Ângela de Cara Limpa desenvolvido pela Sociedade Santos Mártires – entidade organizadora do congresso –, contaram as ações das duas entidades na área de meio ambiente.

Menezes informou que o programa Ângela de Cara Limpa trabalha com educação ambiental e geração de trabalho e renda por meio de reciclagem de resíduos. Ao ressaltar a importância de iniciativas como esta, ele alertou: “Na questão da sustentabilidade, o poder está nas mãos dos consumidores ao escolher que produtos comprar.” Para o ambientalista, “não se pode mais falar em ecologia isolada da economia”.

No debate sobre assistência social, Patrícia Santin, coordenadora do Programa Pró-Menino da Fundação Telefônica, apresentou a política de investimentos da entidade: “A Fundação tem como um de seus princípios o fortalecimento de redes sociais com foco na defesa dos direitos das crianças e adolescentes.”

Já, Sergio Bosco, da Sociedade Santos Mártires, reforçou o importante papel desempenhado pelas organizações que prestam serviços na área de assistência social no município. “Juntas, atendem mais de 170 mil pessoas, de crianças até idosos.” Ele reclamou, entretanto, da falta de recursos para oferecer um bom atendimento e apontou o caminho para enfrentar o problema: “As organizações precisam se envolver mais com ações relacionadas à política de assistência social da cidade, principalmente, na questão do orçamento”.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) também foi convidada para participar do evento, porém não enviou representante.

O debate sobre geração de trabalho e renda contou com a participação de Hugo Duarte, assessor especial para Micro Crédito da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, de Jair Resende, coordenador do Programa Futuro Ideal desenvolvido pelo Grupo Camargo Correa, e de Kelly Crhistine Lopes, do Instituto da Oportunidade Social (IOS) da empresa TOTVS.

Duarte esclareceu como é feita a concessão do micro crédito e a orientação sobre gerenciamento de negócios para pequenos empreendedores. “O programa já está presente e várias regiões da capital paulista e, até fevereiro, atendeu 32.423 pessoas”, registrou.

Resende, por sua vez, apontou que o programa que coordena apóia projetos com foco no empreendedorismo e geração de trabalho e renda para jovens de 16 a 29 anos.

Kelly, do IOS, deixou clara a missão do Instituto, que é “buscar, apoiar
e monitorar a empregabilidade de jovens e pessoas com deficiência, que tenham menor acesso às oportunidades no mercado de trabalho”. Para realizar este objetivo, a organização realiza cursos de formação.

Secretário de Educação quer ampliar acesso de alunos da rede pública à cultura

No último debate do congresso, o secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, informou que pretende ampliar iniciativas para proporcionar mais atividades culturais para estudantes da rede pública. Entre estas ações está um convênio assinado com a Fundação Bienal destinado a capacitar cerca de 3.000 professores de arte, geografia e história. “Pretendemos levar 200 mil alunos para exposições artísticas”, acrescentou.

Schneider abordou ainda uma parceria entre a Secretaria e o Sesc com o mesmo objetivo, ou seja, de ampliar o acesso dos jovens e das crianças a atividades culturais.

Por fim, Albert Holzhacker, presidente da Fundação Dixtal, descreveu como são feitas as rodas de leitura e de debates patrocinadas pela organização. “O programa é realizado por voluntários em escolas e organizações sociais da região do Jardim São Luis, na periferia da Zona Sul de São Paulo.”

O congresso "Modelos de Parceria entre Poder Público, Iniciativa Privada e Terceiro Setor" contou com a participação do Movimento Nossa São Paulo.

Leia também: Parcerias são fundamentais para mudar realidade social de São Paulo

REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

Outras Notícias da Câmara

Compartilhe este artigo