Numa escala até 10, aposentado dá nota 5,5; só uma pessoa na Vila Madalena notou diminuição da fuligem
O Estado de S.Paulo
Apesar de ter sido o bairro onde os índices de poluição da Cetesb mais caíram, moradores de Pinheiros dizem não ter percebido mudança nenhuma e ainda reclamam da qualidade do ar. "Não senti mudança nenhuma. E olha que eu tenho problema respiratório. Tenho de respirar no nebulizador de vez em quando e percebo muito bem se o ar está bom ou está ruim", diz a aposentada Santina Antônia de Almeida, moradora de um condomínio tranquilo e com muita área verde na Rua Manuel Henrique Lopes.
Santina é amiga e vizinha da dona de casa Diva Ferreira da Silva, que também sofre com problemas parecidos em seu apartamento. "Ainda tem muita sujeira no ar. Meu maior problema é na sala, que é virada para a rua. Eu limpo de manhã, mas no fim da tarde já tem uma camada de fuligem no chão, nos móveis. Não mudou nada não", afirma.
Para o aposentado Djalma Pinto de Oliveira, morador de um prédio na mesma região, também mudou pouca coisa. "Acho que essa melhora, se é que ela houve, é paliativa. Numa escala de 0 a 10, acho que ainda estamos em 5,5", diz.
Para a dona de casa Maria Dantas, que mora na Alameda dos Araés, Planalto Paulista, zona sul, que teoricamente poderia sentir alguma diferença na qualidade do ar na região do Aeroporto de Congonhas, também não houve nenhuma diferença. "A poluição aqui vem de cima, dos aviões. Não percebi diferença. Se você não me falasse da alteração, eu nem saberia que houve essa diminuição."
Já Oswaldo Torres, que mora e trabalha na Rua Natingui, Vila Madalena, região de Pinheiros, zona oeste, acredita que nas duas primeiras semanas de abril o ar nessa região apresentou uma "sensível" melhora. "Não sei se foi por causa do friozinho ou por algum outro fator. Mas deu para perceber na diminuição da fuligem que todo dia aparece nas janelas e nos móveis." / EDUARDO REINA, RENATO MACHADO e RODRIGO BURGARELLI