Bebel Nepomuceno, para o Ethos
Parcerias bem-sucedidas com o setor público na América Latina são possíveis e mostram ser um bom caminho para a obtenção de recursos com vistas à implementação de políticas públicas de Responsabilidade Social Empresarial.Foi o que demonstraram os participantes do painel “Casos de Parcerias Público-Privadas na América Latina” na quinta-feira, 13 de maio, segundo dia da Conferência Internacional 2010 do Instituto Ethos. O público pôde conhecer casos de sucesso do Chile, Equador e El Salvador.
A atividade foi organizada pelo Fórum-Empresa, uma aliança de empresas promotoras de Responsabilidade Social presente em 19 países da América Latina, que conta com mais de três mil empresas parceiras. O CEO da Progressive Asset Management, Eric Leenson, foi o moderador do painel. Os cases foram apresentados pelo diretor da Acción RSE do Chile , Pablo Vidal, por Sérgio Affronti, da Fundação Uvia-Repsol, com atuação no Equador, e Ryan Flaherty, gerente da Business for Social Responsability (BSR), com atuação em El Salvador.
A Acción RSE trabalha com o conceito de “problema-país” para identificar situações de risco, carências e desigualdades que podem ser minoradas com a aplicação de políticas públicas. A partir desse levantamento, envolve empresas e o setor público, coordenando o projeto desenhado. Vidal atribui o êxito da parceria à neutralidade da coordenação, já que a ação envolve empresas concorrentes. O método desenvolvido para o projeto Nutrirse, de combate à obesidade e ao sedentarismo, que estava se tornando caso de saúde pública no Chile, vai ser agora sistematizado para ser replicado em outras situações.
O desafio enfrentado pela Fundação Uvia-Repsol era o de melhorar os índices e a qualidade educacional da comunidade do local onde a petrolífera atua no Equador. A parceria com os governos nacional e regionais daquele país resultou na criação de infocentros, e também em projetos de educação a distância que vêm conseguindo reduzir os índices de analfabetismo na região. O projeto desenvolvido pela BSR em El Salvador tem o apoio do Departamento de Estado norte-americano e visa a melhorar a competitividade nacional. Iniciado há três anos, o projeto resistiu à transição política vivida pelo país no ano passado, o que não é muito comum em termos de América Latina. (Envolverde)