Comissão de Meio Ambiente da Câmara quer que a Prefeitura se prepare para o aumento da demanda dos serviços com o plantio de 200 mil mudas ao ano, até 2012
Atualmente, em algumas subprefeituras da capital paulista, o cidadão que solicita a poda ou o corte de uma árvore pode esperar até três anos para ver o seu pedido atendido. O serviço, que já é um dos principais motivos de reclamação por parte da população, poderá entrar em colapso total se a Prefeitura não se preparar para o aumento da demanda prevista com o cumprimento do Plano de Metas que prevê o plantio de 800 mil mudas até 2012 (média de 200 mil ano). Foram estas preocupações que levaram a Comissão Extraordinária de Meio Ambiente da Câmara Municipal a pautar o assunto em audiências públicas.
No primeiro debate sobre o tema, ocorrido semana passada no Legislativo paulistano, um dos pontos levantados é que faltam verba e equipes para cuidar e podar as árvores já existentes na cidade. De acordo com informações de funcionários da Prefeitura que participaram da audiência pública, o orçamento previsto para a área em 2010 já acabou ou está acabando em diversas subprefeituras, entre as quais a da Lapa e a de Santana/Tucuruvi. Além disso, também foi relatado que São Paulo tem menos de 100 engenheiros agrônomos. São eles que vistoriam as árvores e liberam ou não a execução dos serviços solicitados pelos cidadãos.
“Está claro que isto [a manutenção e a poda das árvores] é um problema que a cidade já tem, mas que será muito mais grave no futuro”, avaliou o presidente da Comissão, Floriano Pesaro (PSDB). Segundo o parlamentar, o aumento do plantio de árvores é “muito positivo”, mas a administração municipal precisa ser dotada de instrumentos que permitam um melhor atendimento aos cidadãos. “Estamos nos antecipando ao que irá ocorrer se não fizermos nada. Nosso objetivo é oferecer ao prefeito [Gilberto Kassab] um conjunto de propostas do ponto de vista legislativo e de políticas públicas, pois nossa preocupação é que este serviço entre em colapso na cidade”, argumentou.
Pesaro também considera o orçamento insuficiente para atender a demanda, mas aponta outro problema, o de organograma. “A poda e a manutenção das árvores nas subprefeituras estão subordinadas à mesma supervisão que cuida da varrição e da limpeza de bueiro [Supervisão de Serviços]. Juntaram a arborização com o lixo”, critica.
Quanto ao número de engenheiros agrônomos da Prefeitura que fazem o serviço [menos de 100], o vereador entende que “é ridículo comparado com a quantidade de árvores que a cidade tem hoje, e mais ridículo ainda para a quantidade de árvores que São Paulo terá nos próximos anos”.
No início da audiência, o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge Sobrinho, fez um balanço da evolução do plantio de árvores na capital paulista nos últimos anos. De acordo com os dados que apresentou, em 2004 foram plantadas aproximadamente 25 mil mudas. “A cidade quase não plantava”, opinou. Ele relatou que, desde então, a quantidade de plantio cresceu rapidamente: foram 37 mil em 2005, 157 mil em 2006, 170 mil em 2007 e 202 mil em 2009.
O secretário explicou que, atualmente, sua pasta é responsável por cerca de 50% destes plantios. De 20 a 25% são realizados pelas subprefeituras, que também são responsáveis pelos contratos de manutenção e de poda das árvores. Os outros 25% ocorrem por meio de compensações ambientais e programas de cooperação com a sociedade e cidadãos.
Próxima audiência pública da comissão terá como tema o “Emprego Verde”
No encontro foi informado que a próxima audiência pública da Comissão Extraordinária de Meio Ambiente da Câmara Municipal será no dia 7 de junho, às 10 horas, e terá como tema o “Emprego Verde”.
Serviço
Audiência Pública da Comissão Extraordinária Permanente do Meio Ambiente
Tema: “Emprego Verde”
Data: próxima segunda-feira, dia 7 de junho
Horário: das 10 às 13 horas
Local: Auditório Prestes Maia (1º andar da Câmara Municipal)
REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br
