Gestão do prefeito Kassab descumpre metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa na cidade de SP.
Novos ônibus do sistema de transportes continuam utilizando diesel, e não álcool ou biodiesel, como previsto
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
Um ano após a implantação da Lei do Clima na cidade de São Paulo, as principais metas previstas pela gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) não saíram do papel.
A lei prevê que, a cada ano, 10% dos novos ônibus passem a ser movidos a álcool ou a biodiesel, uma das medidas mais eficazes para a redução de emissões de dióxido de carbono. Mas, até agora, nenhum veículo novo usa esse tipo de combustível.
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A instalação de ecopontos, para descarte de entulho, também patina. A lei prevê um ecoponto por distrito da capital (são 96) até junho de 2011. Já existiam 38. Após a lei, só dois foram instalados.
No caso do lixo, houve até uma piora: a coleta seletiva foi reduzida no ano passado.
"A lei não passou das páginas do "Diário Oficial’", diz Sérgio Leitão, do Greenpeace. A ONG foi uma das instituições que aplaudiram a medida em junho de 2009.
A lei tem como meta principal a redução de 30% das emissões de gases do efeito estufa até 2012. A poluição agrava problemas respiratórios e cardíacos. Segundo estudos da USP, diminui a expectativa de vida de todo paulistano em dois anos.
A proposta, aprovada por 51 dos 55 vereadores, não prevê punição à prefeitura.
PEQUENOS AVANÇOS
Entre os pontos que conseguiram avançar no projeto, está a inspeção veicular obrigatória para todos os veículos -implantada neste ano.
"A prefeitura poderia fazer muito mais", afirma Paulo Artaxo, professor da USP e referência internacional no tema poluição atmosférica.
De acordo com o físico, mesmo a inspeção veicular só "pode contribuir lentamente para uma redução significativa de emissões". Isso apenas em 2015, afirma.
"Não é possível ser otimista com o pesado trânsito que impera na cidade, com baixíssima velocidade de deslocamento e altos níveis de poluentes atmosféricos", diz.