A Prefeitura de São Paulo pretende finalizar em um ano e enviar à Câmara até setembro de 2011 o projeto mais ambicioso e caro da atual gestão: um túnel de 12 quilômetros para as linhas 7 e 8 da Companhia Paulista dos Transportes Metropolitanos (CPTM) que permitirá a construção de uma avenida-parque com a mesma extensão, partindo da Lapa, na zona oeste, e indo até a região do Brás, na zona leste.
Foram os planos de construção dessa obra que permitiram ao prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciar, há dois meses, o sonho de demolir o Elevado Costa e Silva (Minhocão), no centro. A licitação para a contratação da empresa deve ser aberta em agosto. A expectativa é de aprovar o projeto de lei na Câmara ainda no próximo ano, para que a operação urbana e as obras comecem em 2012. "A linha ferroviária é uma cicatriz em uma grande área nobre da cidade que dificulta o desenvolvimento de muitos bairros. Acreditamos que o aterramento da linha e a integração dos dois lados da cidade, juntamente com a requalificação urbana da região, vai ser importante para resolver o problema", afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem.
Bucalem prefere ainda não falar em custos. Ele admite, porém, que o valor das obras deve ultrapassar os R$ 3 bilhões previstos para a construção do túnel de 4,2 quilômetros que vai da Avenida Roberto Marinho até a Imigrantes – atualmente, a obra mais cara em andamento no Município. Somente os custos para o aterramento de 12 quilômetros de linha e a construção de estações subterrâneas devem ultrapassar R$ 1 bilhão – considerando-se o valor de construção de 1 quilômetro de Metrô, cujo preço varia entre R$ 70 milhões e R$ 200 milhões.
A expectativa é de que o financiamento da obra seja feito por meio da venda dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), títulos que permitem construir imóveis com áreas superiores às permitidas pela Lei de Zoneamento. Os recursos do mercado viriam com a melhoria e a requalificação de uma área 2.146 hectares (equivalente a 15 Parques do Ibirapuera). "Entendemos que essa nova operação urbana pode ser importante para a cidade. A área atingida é enorme e é um projeto que vai demorar décadas, porque o dinheiro não vai vir a curto prazo. Tem de ter critério, pois não basta enterrar a linha do trem para incentivar o desenvolvimento dos bairros", diz a urbanista e arquiteta Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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