Nova faixa irá ligar Diadema, São Bernardo do Campo e Santo André ao Brooklin
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
Após 24 anos de promessas de governadores tucanos como Mario Covas e José Serra, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) vai finalmente entregar à população o corredor de ônibus Diadema-Brooklin (zona sul de SP) no próximo dia 31 de julho.
Mas as faixas exclusivas, criadas nos anos 80 para serem ocupadas por trólebus, terão apenas ônibus movidos a diesel rodando ao longo de seus 12 km.
Segundo a EMTU, existe um projeto de eletrificação da via, mas não há prazo algum para que saia do papel.
Desconsiderando-se o impacto ambiental, os veículos a diesel são preferenciais por serem mais baratos e mais versáteis, já que não dependem de vias dotadas de uma rede elétrica para rodar.
Já o ônibus elétrico polui 100% menos, segundo afirmam os técnicos do setor. O problema é que as eventuais panes na rede elétrica costumam travar o trânsito.
"O custo ambiental não costuma ser colocado nos cálculos, o que é um erro. A poluição do ar causa um impacto grande no sistema de saúde", afirma Jorge Moraes, presidente da ONG Respira São Paulo e projetista de redes eletrificadas aéreas.
A nova ligação, que começou a ser construída em 1986, é um dos ramais do chamado corredor Metropolitano ABD (que liga Santo André, São Bernardo e Diadema).
O percurso ligará o terminal de Diadema à Estação Morumbi da linha 9 – Esmeralda da CPTM, localizada ao lado do shopping Market Place, na marginal Pinheiros.
Os coletivos vão trafegar pelas pistas da esquerda, próximo ao canteiro central de quatro avenidas (veja quadro), onde estão sendo construídas 20 paradas, segundo o mapa do corredor.
Como acontece após a implantação de corredores de ônibus, haverá impacto no tráfego de veículos, já que uma das pistas será disponibilizada para coletivos metropolitanos e municipais, principalmente em áreas movimentadas como a do shopping Morumbi.
Hoje, já existe um outro braço desse corredor que liga São Mateus, na zona leste, ao Jabaquara, na zona sul, passando por Mauá e pelo ABD. São 33 km e 233 coletivos, dos quais 78 são elétricos.
CAOS ELEITORAL
Não só o esqueleto do corredor faz parte da paisagem há décadas. Em alguns anos eleitorais, uma ou outra "mexida" é feita na região.
A alteração do trânsito sob o viaduto da Washington Luiz, por exemplo, em 2006, deixou o trânsito caótico na região. E assim está até hoje.
A EMTU afirma que haverá sincronização semafórica em todos os cruzamentos, o que permitirá maior fluidez, embora algumas conversões possam ser alteradas.
O governador Mario Covas chegou a reinaugurar a obra em 1996. A promessa era que os trólebus estivessem trafegando em dois anos e meio. O valor total da obra será de R$ 22,9 milhões.
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