“Em três meses, ônibus a hidrogênio na cidade” – Blog do Milton Jung

 
Com projeto de U$ 16 bi, e testes com resultados positivos, ônibus não-poluentes vão rodar no corredor do ABD, anuncia EMTU


Por Adamo Bazani

Depois do anúncio com muita pompa no ano passado, contando com a presença do então Governador de São Paulo, José Serra, o ônibus movido com célula combustível de hidrogênio caiu no esquecimento. O veículos estava em testes e a EMTU anunciou, finalmente, que o ônibus, com tecnologia desenvolvida e emissão zero de poluentes servirá a população em até 90 dia.

De acordo com a Empresa Metropolitano de Transportes Urbanos, que gerencia os transportes intermunicipais por ônibus nas regiões metropolitanas de São Paulo, Baixada Santista e Campinas, o veículo vai operar no corredor metropolitano ABD, ligando São Mateus, na zona leste, a Jabaquara, na zona sul da Capital, pelos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, com extensão para a região da Berrini, na zona Sul de São Paulo, e para Mauá, no ABC Paulista.

O desenvolvimento do projeto deste ônibus custou U$ 16 milhões de dólares e teve a parceria de empresas privadas, governos federal e estadual e instituições internacionais. Os testes realizados com sacos de areia e galões de água no próprio corredor e, também, dentro da garagem da operadora Metra, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, surpreenderam positivamente a EMTU e a empresa.

O desempenho, segundo a EMTU, não ficou em nada atrás dos ônibus diesel e trólebus. Mas a grande novidade em relação aos testes foi a economia de combustível. A expectativa dos fabricantes era de que o ônibus percorresse 100 quilômetros usando 15 quilos de hidrogênio. O consumo médio foi de apenas 12 quilos para os mesmos 100 quilômetros percorridos, no corredor, que é de via segregada, com pavimento especial, considerado modelo mundial de transportes.

Mais ônibus a hidrogênio em São Paulo

A EMTU anunciou também que, em um ano, aproximadamente, serão comprados mais três ônibus a hidrogênio. O tempo de teste será bem menor e eles já devem rodar comercialmente dias após a aquisição. A gerência de planejamento da Empresa declarou que pretende comprar ônibus de 15 metros de comprimento, com três eixos, para serem abastecidos com o hidrogênio. Ainda não foi definida a carroceria, mas o chassi deve ser da TuttoTransport, o mesmo utilizado para o ônibus atual, Padron de 12 metros, com carroceria modelo Gran Viale, da Marcopolo, de Caxias do sul.

Além de planejar a compra de mais ônibus, a EMTU, em parceria com a Petrobrás, finaliza a construção de uma estação de geração e abastecimento para os ônibus. Esta estação está sendo construída dentro da garagem da Metra, em São Bernardo do Campo. Nela será feita a dissociação das moléculas de água em oxigênio e hidrogênio por um processo chamado eletrólise, um procedimento eletro químico que transforma o hidrogênio para a célula de combustível e libera oxigênio em forma de vapor d’água.

O ônibus a hidrogênio se trata nada mais nada menos que um veículo elétrico híbrido. O Hidrogênio é colocado nos tanques que ficam no teto do ônibus. Por meio de processos eletroquímicos, é transformado em eletricidade, que moverá o motor de tração do ônibus. A célula e o processo ainda são de materiais importados, mas carroceria, chassi e integração do conjunto são nacionais. O veículo também usa o princípio da frenagem regenerativa, no qual a energia é armazenada em situações nas quais o motor não precisa de força máxima para funcionar. Essa energia é utilizada depois em condições mais severas. Toda a energia extra é reservada num banco de baterias que pode mover o ônibus sem o hidrogênio.

Adamo Bazani, jornalista da rádio CBN e busólogo, escreve no Blog do Mílton Jung

 

 

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