Depois da pesquisa que avaliou a implementação do Estatuto do Desarmamento em 10 Estados brasileiros (para saber mais, clique aqui), o Instituto Sou da Paz inicia um diagnóstico sobre a situação do controle de armas de fogo na cidade de São Paulo. O trabalho será a base para a criação de um Plano Local de Controle de Armas, que tem como objetivo aperfeiçoar o controle de armas em circulação na cidade pelos órgãos competentes, assim como reduzir o estoque de armas e a demanda da população por este tipo de artefato.
“A ideia é, em um primeiro momento, mapear os principais desafios e oportunidades existentes para aprimorar o controle das armas de fogo na cidade. Também pretendemos identificar as ações em andamento que deram resultados positivos no Brasil e em outros países e que possam ser adotada na cidade. Por fim, identificaremos potenciais parcerias, atores chave e possíveis atividades de sensibilização da população e dos órgãos de controle”, explica Heather Sutton, coordenadora de mobilização da área de controle de armas do Instituto Sou da Paz.
Depois desta etapa, acontecerá a elaboração do Plano. “Ele deve ser um plano de ação integral, que una mobilização, sensibilização e trabalho técnico” conta Alice Andrés, coordenadora de projeto da área de controle de armas. “Além disso, é fundamental que ele possa ser de fato implementado e por isso deverá ser construído em parceria com o poder público municipal e demais órgãos de controle, como as polícias estadual e federal, que atuam na cidade”, explica.
Esta é a primeira vez que o Instituto Sou da Paz, que já tem experiência na realização de diagnósticos e planos locais de prevenção da violência, desenvolve um plano municipal com foco exclusivo no controle de armas de fogo. O diretor do Instituto, Denis Mizne, justifica a iniciativa: “São Paulo é um dos maiores centros urbanos do Brasil, com um índice elevado de armas de fogo em circulação e um número muito alto de homicídios no país, apesar da significativa queda que a cidade vem apresentando nos últimos anos”. Ao contemplar uma estratégia abrangente de controle das armas de fogo, aliada à sensibilização da população paulistana para este tema, a iniciativa deve contribuir para intensificar a redução nos homicídios. “Além disso, apostamos que o modelo do Plano vai permitir que outras regiões do país coloquem em prática iniciativas similares”, completa Denis.