“Calçadas repaginadas” – Folha de S.Paulo


Obras incluem faixas de grama e ladrilhos novos, mas nem todas contemplam itens de acessibilidade como piso tátil

JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO

Quem anda pelas calçadas das principais vias da capital paulista cada vez mais tem de pular para a rua ao desviar das obras no piso.

A prefeitura, neste ano, intensificou a reforma de passeios públicos -já foram 30 km até agora ante 40 km em todo o ano passado.

Há as calçadas verdes, com faixa gramada de 60 cm, em bairros como o Limão (zona norte); as com ladrilhos, como na rua Duque de Caxias (centro); as com concreto moldado, como na rua Amaral Gurgel (centro).

Embora as obras melhorem a acessibilidade, nem todas as calçadas reformadas têm recursos como piso tátil em volta dos orelhões, sem o qual deficientes visuais podem bater a cabeça.

Além disso, algumas das primeiras calçadas beneficiadas pelo projeto registrem problemas logo depois de prontas e, hoje, se tornaram verdadeiras armadilhas.

É o caso da rua Augusta (região central), onde foi usado um piso intertravado, que é fixado pelo encaixe das peças, sem uso de argamassa.

Cinco anos depois, o pavimento tem peças soltas, facilitando tropeções e torções e dificultando a circulação de cadeirantes.

O mesmo acontece na rua dos Pinheiros (zona oeste) e na Borges Lagoa (zona sul).

A prefeitura não informa se será feita uma obra de recuperação ou se o pavimento será trocado.

Desde 2005, quando começou um programa de intensificação de reformas de calçadas, 474 km já foram recuperados em todas as regiões da cidade.

Estima-se que a capital paulista tenha 30 mil km de calçadas ao todo. Os proprietários dos imóveis são responsáveis por elas.

O programa da prefeitura mira as vias com maior circulação de pedestres. Após a obra concluída, cabe aos proprietários dos imóveis beneficiados fazer a conservação.

MOSAICO

Nas calçadas que não são priorizadas pelo poder público, são muitos os problemas ao longo da cidade.

Mesmo em bairros nobres da região central, como Higienópolis, os passeios estão nas condições mais variadas de inadequação.

Há pavimentos totalmente desnivelados, com irregularidades como degraus.

Em casos assim, a primeira multa ao proprietário vai de R$ 96,33 por metro linear de passeio danificado até R$ 11,5 mil no total, a depender do defeito.

A Comissão Permanente de Acessibilidade da prefeitura diz que, de 2005 até 2009, foram aplicadas 10.752 multas para calçadas irregulares. Neste ano, até maio, já foram 960 imóveis multados.

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