Público lota teatro do Sesc Consolação no lançamento da Plataforma


Paula Crepaldi paula@isps.org.br

Adotar o modelo sustentável de desenvolvimento “não é questão de vontade política, é questão de mexer na correlação de forças, na estrutura de poder desta sociedade para fazer com que a vontade seja majoritária”. O alerta do cientista político, pesquisador de Ecopolítica e comentarista da rádio CBN, de Sérgio Abranches, foi feito no evento de lançamento da Plataforma Cidades Sustentáveis, nesta quarta (21/7), para uma plateia que lotou o teatro do Sesc Consolação. A iniciativa é do Movimento Nossa São Paulo e da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, que integra cerca de 40 movimentos em várias partes do País.

A plataforma é um cardápio de experiências de sustentabilidade bem-sucedidas já implantadas em municípios de várias partes do mundo, com versão impressa e online. A ideia é que as práticas sirvam de referência e inspiração para gestores e candidatos às próximas eleições no planejamento de políticas públicas e programas de governo.

No evento de lançamento, o economista e professor Ladislau Dawbor também reforçou a importância de a sociedade como um todo se envolver neste processo para que haja avanços.  “Onde funcionam as coisas é onde a sociedade se apropria do seus processos. Tão simples assim.”

Maurício Broinizi, coordenador da Secretaria-Executiva do Nossa São Paulo,  explicou que foi realizada um extenso levantamento em diversos sites e documentos internacionais “para que pudesse trazer não propostas teóricas, mas exemplos concretos que já estão dando resultado em diversas cidades do mundo”.  De acordo com Broinizi,  as práticas foram escolhidas com o objetivo de mostrar a diversidade temática e regional, “em municípios muito pequenos, pequenos, médios e grandes”, de todo o mundo.

Oded Grajew, integrante do colegiado de apoio do Nossa São Paulo, destacou que hoje “as cidades ocupam um lugar central na discussão do modelo de desenvolvimento”. No entanto, por outro lado, há uma fragilidade no debate sobre programas de governo dos candidatos, “onde se debate muito pouco o que pretendem os candidatos, o aprofundamento da discussão, o que interessa realmente à população.” Por isso, Grajew espera que a Plataforma seja útil “tanto para a sociedade, nas suas ações e cobrança do poder público, quanto para o poder público pautar suas políticas”.

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