JOSÉ BENEDITO DA SILVA DE SÃO PAULO
Cena comum em centros urbanos, as manobras de skatistas que utilizam as calçadas e o mobiliário urbano como rampas podem se tornar ilegais em São Paulo. A Câmara Municipal aprovou ontem (4) projeto proibindo usar skate nas calçadas, sob pena de multa de R$ 95, que dobra para os reincidentes.
O projeto precisa passar por uma segunda votação antes de ir ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), que pode sancioná-lo ou vetá-lo.
A iniciativa de Adolfo Quintas (PSDB) foi motivada pelo "grande número de reclamações" de moradores de áreas onde a prática se popularizou, principalmente da região da avenida Paulista.
É o que diz Samuel Santos, chefe de gabinete do vereador. "Da forma esportiva como ele [skate] é utilizado, põe em risco a integridade das pessoas, principalmente as mais velhas, nas calçadas." Outro problema, diz, é o barulho causado pelo choque das pranchas no chão ou em algum móvel urbano.
ATRAÇÃO
"O que mais atrai o skatista é a relação com a arquitetura da cidade", afirma o praticante Lucas Pexão, 31. Ele é curador da mostra "Transfer", que vai até 12 de setembro no parque Ibirapuera com o objetivo de mostrar a interação com a cidade de expressões como o skate, o punk, o hip-hop e o grafite.
Para ele, as pistas destinadas à prática do esporte são poucas e não atraem. "A pista não se relaciona com a arquitetura da cidade e com a estética do esporte", afirma. Segundo Pexão, andar de skate na Paulista ou no vale do Anhangabaú, por exemplo, é um atrativo inclusive de potencial turístico, que atrai skatistas do exterior.
Ele diz que outras cidades, como Barcelona, são mais progressistas em relação ao tema. "Em frente ao MacBa [Museu de Arte Contemporânea de Barcelona], por exemplo, o skate é permitido e atrai gente do mundo todo."
Saiba quais projetos foram aprovados em primeira discussão na Câmara Municipal em 04/08/10