Na ausência de metas entre os candidatos, associações fazem sugestões para copiar e colar
FERNANDA NAS CIMENTO
Quando a Justiça Eleitoral tornou obrigatória aos candidatos a apresentação de plataformas de governo, imaginou-se que isso proporcionaria mais transparência às campanhas presidenciais.
Mas a regra não foi levada a sério pelos principais concorrentes à cadeira de Luiz Inácio Lula da Silva. A petista Dilma Rousseff foi alvo de críticas ao entregar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma cópia das diretrizes aprovadas na convenção do PT sem sequer ler o texto.
Com propostas radicais, o documento foi subtituído logo depois. Já José Serra, do PSDB, levou só a transcrição de dois discursos que fez em encontros do partido.
Dos três principais presidenciáveis, apenas a candidata do PV, Marina Silva, elaborou um programa de governo, chamado “Juntos
pelo Brasil que Queremos”.
Para exercer o papel que os futuros governantes deixam de fazer, algumas instituições traçaram seus próprios planos de metas. Agora, sim, ficou fácil: é recortar e colar. Basta que a ideia seja incorporada pelo candidato eleito. “Criamos uma plataforma que é um guia também para os eleitores”, afirma o diretor do S.O.S. Mata Atlântica, Mario Mantovani.
“Hoje ninguém lembra nem em quem voltou. Como vão cobrar as promessas feitas em campanha?”
O Instituto Ethos também está elaborando uma série de propostas, ainda em fase de consulta pública, em prol da biodiversidade. Já o Movimento Nossa São Paulo lançou mão de iniciativas que deram certo no Brasil e no mundo para criar metas para melhorar a qualidade de vida nas cidades.
De olho nas contas públicas, o Movimento Brasil Eficiente elaborou cartilha com propostas para uma economia mais transparente
(leia abaixo).
Sem baixaria O movimento “Quero Ideias”, criado para exigir debates políticos éticos, realizou ontem ato público no centro de São Paulo para cobrar essa atitude dos candidatos às eleições deste ano.