Limpeza de bueiros e córregos está em dia
DE SÃO PAULO
O governo de São Paulo pretende concluir até o próximo verão um novo sistema de alerta de chuvas para minimizar os impactos das frequentes cheias que atingem a região metropolitana.
A intenção é antever a tempestade, por meio de combinações de tecnologias disponíveis, e evitar, por exemplo, que motoristas passem por momentos de pânico nas marginais da capital.
O sistema ficará mais robusto, segundo a Folha apurou, para o verão de 2011 e 2012. Um novo satélite de previsão meteorológica, mais preciso, deverá ser colocado para funcionar.
Enquanto as novas ferramentas não surgem, tanto a prefeitura quanto o Estado tentam fazer a lição de casa.
Os serviços de zeladoria, como limpeza manuais de córregos e bueiros, e de desassoreamento dos rios estão obedecendo ao cronograma.
A prefeitura, entre limpeza de bocas de lobo, manutenção de piscinões e de galerias e outros serviços, até agora, gastou em média 76% do orçamento previsto para 2010.
O governo municipal diz ainda que há oito grandes obras de contenção de margens sendo licitadas, no valor total de R$ 5,7 milhões.
Afirma, também, que já empenhou R$ 26,1 milhões em obras e serviços em áreas de risco (79,8% do total).
AREIA E LODO
Apenas no Tietê, R$ 64 milhões serão investidos este ano para tirar areia e lodo da calha do rio. Desde 2006, fim da primeira fase de rebaixamento da calha do Tietê, o rio transbordou quatro vezes, apesar da promessa do governo do Estado de que isso nunca mais iria ocorrer.
"A situação seria bem pior sem todas as obras que estamos fazendo. O avanço dentro do plano de macrodrenagem é enorme", diz Dilma Pena, secretaria de Saneamento e Energia do Estado.
Para o consultor Aluisio Canholi, um dos autores do plano de macrodrenagem do rio Tietê feito nos anos 1990 a pedido do Estado, o ganho para a cidade mesmo com a implantação parcial das metas é " muito expressivo".
Para Mario Thadeu de Barros, professor da Poli/USP, o cenário é bastante complexo. "Tudo indica que as chuvas fortes vão ser cada vez mais frequentes. Os novos projetos precisam levar isso em consideração", afirma.
Dentro de um período bastante chuvoso, como o de 2009/2010, a recorrência de um temporal suficiente para transbordar o Tietê, estima Barros, é menos de três anos.
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