Oposição entra na Justiça para suspender audiências públicas do orçamento

 

Vereadores do PT querem impedir que debates nas subprefeituras ocorram no mesmo dia. Líder do prefeito diz que não há outra forma razoável de ouvir a população

Airton Goes airton@isps.org.br

A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Municipal de São Paulo solicitou à Vara da Fazenda Pública, nesta quarta-feira (25/8), um mandado de segurança para suspender as audiências públicas sobre o orçamento da cidade para 2011. A medida judicial visa impedir que os debates marcados para a próxima terça-feira (31/8), às 18 horas, nas 31 subprefeituras da cidade, ocorram na mesma data.

Os autores da iniciativa pedem ainda que as audiências sejam remarcadas em datas espaçadas, para que pessoas e entidades possam participar de mais de uma audiência. A assessoria de imprensa do PT lembra que, nas discussões que antecederam a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – a lei que estabelece as regras para a discussão, aprovação e execução do orçamento da cidade –, a bancada apresentou uma emenda para que estes debates nas subprefeituras fossem realizados em dias diferentes. Entretanto, o relator da LDO, vereador Milton Leite (DEM), não acolheu a proposta no texto final.

As regras que determinam a realização das audiências públicas nas 31 subprefeituras e o prazo de convocação dos eventos (mínimo, de 10 dias de antecedência) resultaram de outras emendas propostas pelo partido e acatadas pelo relator. A LDO foi aprovada pela Câmara Municipal no início de julho.

Contatado pela reportagem para falar sobre o mandado de segurança impetrado, o líder do PT na Casa, José Américo, não retornou a ligação. 

Para o líder do governo municipal, vereador José Police Neto (PSDB), a discussão do orçamento da cidade em todas as subprefeituras em uma mesma data não traz nenhum prejuízo à participação da sociedade e é a única possibilidade de se ouvir as propostas da população. “O cidadão deve participar dos debates na região da subprefeitura em que mora e as entidades são formadas por mais de uma pessoa e, se quiserem, poderão deslocá-las para as audiências que tiverem interesse”, pondera.

Police Neto argumenta também que não é possível espaçar os debates, pois a Prefeitura necessita de 15 a 20 dias para trabalhar com as contribuições que serão apresentadas pela população nas audiências públicas, antes de elaborar a proposta final de orçamento. De acordo com a lei, o projeto do Executivo tem que ser encaminhado ao Legislativo paulistano até o dia 30 de setembro.

“Não há outra forma razoável de se ouvir a população e levar em consideração suas propostas para o orçamento”, conclui o parlamentar, defendendo a manutenção da data, de dia 31 de agosto, para a realização de todas as audiências nas subprefeituras.

Por enquanto as audiências estão mantidas e não é possível saber se a Justiça irá se pronunciar sobre a questão ou quando isto irá ocorrer.

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