“Promessas de ciclovias em SP não saem do papel” – Metro São Paulo

 

Faixas exclusivas que deveriam ter sido entregues até julho deste ano ainda nem começaram a ser construídas
Plano de metas da prefeitura prevê construção de mais 100 kms até 2012, mas apenas 3 kms já foram inaugurados


Os 45 kms de ciclovias que deveriam ter sido inaugurados no primeiro semestre, segundo promessa da prefeitura, ainda nem começaram a ser construídos.

Em agosto do ano passado, um mês após assumir a gestão das ciclovias, a SMT (Secretaria Municipal de Transportes) afirmou que a cidade ganharia circuitos nos bairros Jardim Helena (22 kms), Jardim Brasil (14 kms) e Grajaú (12 kms). Até agora, porém, dois meses depois da previsão de inauguração, ainda não foi feita nem a licitação para a contratação dos projetos.

Logo após a SMT assumir a responsabilidade pela gestão das ciclovias, que era da da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, a prefeitura afirmou que seria dado “à bicicleta o tratamento de um meio de transporte tão importante quanto os demais”.

Desde então, foraminaugurados 14 kms na marginal Pinheiros e 3 kms na Radial Leste. Na conta da prefeitura, entram também 10 kms da Ciclofaixa de Lazer, mas ela vale só nas manhãs de domingo entre os parque das Bicicletas, Ibirapuera e do Povo.

A maioria dos projetos não saiu do papel e outros nem mais projetos são.

Prometida em 2007, a ciclovia de 15 kms no canteiro central da avenida Eliseu de Almeida, no Butantã, seria a maior da cidade.

A rota deveria ter ficado pronta este ano, mas parece que não faz mais parte dos planos. Segundo a CET, o projeto passa por “readequação técnica” e será implantado
pela Subprefeitura do Butantã. Essa ciclovia nem consta do plano de metas da cidade, no qual a prefeitura se compromete a entregar 100 kms de vias exclusivas até 2012.

Se as obras mantiveremo ritmo atual, porém, vai ser difícil, já que até julho deste ano foram entregues apenas 3 kms, na região de Capela do Socorro.

Para Sérgio Affonso, presidente do CAB (Clube dos Amigos da Bike), andar de bicicleta em São Paulo é um perigo. “Você fica exposto e não tem a estrutura adequada. Além de não existiremciclovias, as ruas sãocheias de buracos”, diz o ciclista. Em 2009, 45 pessoasperderam a vida na cidade.

Os bairros mais perigosos foram Casa Verde e Vila Guilherme, na zona norte, e Parelheiros, na sul (os com menos estrutura para quem anda de bicicleta). Os dados são de levantamento da ONG Nossa São Paulo.

Segundo a CET, a cidade tem 35,5 kms de ciclovias, sendo 16,7 kms na zona oeste; 10 kms no centro; 7 kms na zona leste; e 1,8 km na zona sul.

A companhia diz que prepara licitação para a contratação do projeto executivo das ciclovias de Jardim Brasil, Jardim Helena e Grajaú. Afirma também que “nos planos para este ano, ainda consta a ampliação da Ciclofaixa de Lazer até o parque Villa-Lobos, com mais 20 kms e passando pelo rio Pinheiros”.

DANIELA.ORTEGA
@METROJORNAL.COM.BR

 


10 mil usam bicicletários todo mês

Todos os meses, cerca de 10 mil pessoas usam os bicicletários do metrô, diz o presidente do Instituto Parada Vital, Ismael Caetano, que administra os bicicletários do metrô. E há um crescimento no número de usuários a cada mês. “De junho para agosto, por exemplo, a alta foi de 34%.” Segundo Caetano, é preciso haver conscientização sobre o uso de bicicletas. “Quanto mais se fala, mais o motorista percebe que é possível dividir a pista, e a administração pública vê a necessidade de aparelhagem da cidade com cliclovias e paraciclos”, afirma. Para ele, porém, faixas exclusivas não são necessárias em toda a cidade “Elas devem ser instaladas em vias de grande movimento. Nos bairros, onde o tráfego é calmo, as bicicletas podem compartilhar as faixas com os carros.” 

DO

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