“3 milhões vivem precariamente em SP” – Folha de S.Paulo

 

Cidade precisa de 700 mil novas moradias e da adequação de 670 mil cortiços até 2024, diz plano de habitação

Metas propostas por conselho de habitação foram apresentadas ao prefeito; deficit atual é de 130 mil unidades

DE SÃO PAULO

Com 3 milhões de paulistanos vivendo em assentamentos precários, São Paulo vai precisar de mais de 700 mil moradias e da adequação de 670 mil cortiços até 2024.

Essas são algumas das metas do plano municipal de habitação, apresentado ontem ao prefeito Gilberto Kassab (DEM). O projeto foi elaborado nos últimos cinco anos pelo Conselho Municipal de Habitação, a partir de levantamento da demanda.

O estudo constatou que o deficit hoje é de 130 mil unidades. Até 2024, esse número deve chegar a 610 mil.

Para reverter essa situação, seriam prioridades a urbanização de assentamentos precários, a criação de sistema de subsídio para aluguéis e a construção de moradias.

Segundo o conselho, serão necessários R$ 3,4 bilhões ao ano -o orçamento hoje é de R$ 1,2 bilhão. Para o secretário da Habitação Ricardo Pereira Leite, são essenciais aportes federal e estadual, e eventualmente, privados.

Após a entrega ao prefeito, o plano passará por uma série de audiências públicas.
Integrante do conselho municipal, o urbanista Kazuo Nakano, criticou a ausência de uma política fundiária articulada ao plano.

"É necessário regular o preço da terra e destinar áreas para habitações de interesse social", afirma.

Líderes de movimentos sociais veem o projeto com ceticismo. "Com o ritmo dos investimentos que existem hoje, o discurso é desmentido pela realidade", diz Benedito Barbosa, da União dos Movimentos de Moradia, também conselheiro da habitação.

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