“Grande São Paulo terá sistema de alerta de cheias” – Folha de S. Paulo

 

A partir do próximo verão, será possível saber com até duas horas de antecedência se rio Tietê vai transbordar

Ferramenta de previsão lançada pelo governo de SP foi desenvolvida na USP, com investimentos de cerca de R$ 2 milhões

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

A região metropolitana de São Paulo terá um sistema de alerta e previsão de inundações a partir do próximo verão. Com ele, afirma o governo do Estado de São Paulo, será possível saber com até duas horas de antecedência se o rio Tietê vai transbordar.

O mesmo sistema fará a previsão e o alerta para possíveis cheias dos piscinões.

Dado o sinal, a Defesa Civil e os órgãos de trânsito poderão agir para retirar as pessoas e desviar o tráfego.

No último verão, o Tietê transbordou duas vezes, contrariando o discurso da gestão Geraldo Alckmin (2001-2006), que afirmava que isso não ocorreria mais.

A primeira fase de rebaixamento da calha do rio Tietê acabou em 2006. Desde então, porém, o rio já saiu do seu leito por quatro vezes.

A ferramenta lançada ontem é capaz de integrar dados de chuva e da subida dos rios, córregos e piscinões. A rede de monitoramento em campo conta com 200 pontos de análise, diz o governo. O sistema recebeu investimentos da ordem de R$ 2 milhões.

A maioria dos equipamentos que avaliam a velocidade de subida dos rios e a chuva que atinge um certo ponto já existia. Mas os dados coletados pela rede não eram gerenciados de forma eficiente, admite o governo paulista.

"Eles eram estanques. Agora, com o novo modelo matemático desenvolvido pela Poli/USP, teremos mais capacidade de proteger a população", afirma Dilma Pena, secretária de Saneamento e Energia do Estado.

O sistema de análise vai trabalhar também com dados da região da bacia do rio Piracicaba, que abrange cidades como Campinas, Piracicaba e Atibaia.

Os dados obtidos no momento da chuva serão processados na sede do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica).

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