A Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis continua aguardando uma confirmação dos candidatos ao segundo turno das eleições se comprometendo a adotar diretrizes para tornar as cidades mais justas e sustentáveis. As diretrizes estão previstas na carta-compromisso que faz parte da Plataforma Cidades Sustentáveis e que foi enviada a partidos e representantes dos candidatos antes das eleições do primeiro turno.
Além da carta compromisso, a Plataformas Cidades Sustentáveis reúne orientações e exemplos de práticas sustentáveis em várias partes do mundo, por iniciativa da Rede Nossa São Paulo e da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. A ideia é que as práticas sirvam de referência e inspiração para gestores públicos e candidatos às eleições deste ano no planejamento de políticas públicas e programas de governo.
Site da Plataforma ganha novos exemplos de boas práticas
Mais de 40 novas experiências sustentáveis em cidades do mundo todo foram incluídas no site, após a estreia em 21 de julho. Entre elas, práticas para reduzir o consumo de água, o consumo de energia, o incentivo ao uso de bicicletas, e o desenvolvimento integrado de regiões metropolitanas aliado à qualidade de vida.
Uma das experiências incluídas ocorre no Quenia. Na favela de Kibera, que fica na cidade de Nairóbi, parques públicos foram a solução encontrada para organizar a coleta de resíduos, ampliar a área verde e gerar renda.
Na cidade, normalmente o lixo e as fezes dos moradores são depositados no rio próximo e se espalham durante a época de cheias, trazendo sérios problemas de saúde à população.
Os novos parques produtivos são equipados com banheiros e um sistema de coleta das fezes e dos resíduos orgânicos. O composto resultante dos resíduos é utilizado para adubar a cobertura vegetal e também é vendido no mercado como fertilizante. A receita financia a manutenção do parque e dos banheiros.
Os parques, que são planejados para atender 250 moradores do entorno, também têm espaço comunitário com área de lazer infantil e zonas agrícolas para apoio à indústria artesanal de cultivo de flores.
Canadá – Outra nova prática incluída no site da Plataforma é desenvolvida do outro lado do mundo, em Vancouver, no Canadá. Em 21 municípios que formam a região do entorno da cidade, o Planejamento Estratégico Região Habitável (Livable Region Strategic Plan – LRSP) regula a tomada de decisões sobre o uso do solo e da rede de transportes em escala regional. O planejamento tem como objetivo fortalecer os centros das cidades da região, conectando os municípios por uma rede de transporte eficaz, além de conciliar o crescimento populacional com a preservação da biodiversidade.
Para elaborar o planejamento, lideranças da sociedade e integrantes dos governos das 21 cidades, mais o governo provincial, debateram quais as expectativas em relação à saúde ambiental, social e econômica para o futuro da região. O LRSP passa por avaliação anual feita a partir de indicadores e de uma série de análises qualitativas.
Entre os resultados conquistados estão: a criação de uma área verde que ocupa dois terços do território da região e serve de barreira ao crescimento urbano e ao mesmo tempo protege as condições ecológicas, a agricultura e a qualidade de vida da região; o fortalecimento dos centros urbanos, que ajudou a conter o crescimento de áreas já muito adensadas e trouxe mais desenvolvimento para as outras cidades vizinhas a Vancouver; a criação de uma autoridade regional para planejar a gestão do transporte integrado entre as cidades; a melhoria da qualidade do ar, devido à redução das emissões da indústria e de veículos.
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