“Prefeitura quer dobrar número de ‘policiais-fiscais'” – Folha de S.Paulo

 

Efetivo deverá ser aumentado para 5.000 no ano que vem, ao custo aproximado de R$ 100 milhões anuais

Ampliação de poderes dos oficiais militares aumenta o prestígio da corporação na opinião pública, diz sociólogo

DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo pretende ampliar seu efetivo de "policiais-fiscais" no próximo ano para 5.000 homens e mulheres, num custo aproximado de R$ 100 milhões por ano.

Isso porque, além dos subprefeitos, os oficiais da reserva também passaram a ocupar na administração Gilberto Kassab outras funções estratégicas, como em algumas chefias de fiscalização, mesmo nas subprefeituras não comandadas por PMs.

De acordo com funcionários da prefeitura e militares da reserva, as indicações dos coronéis para postos na prefeitura partem do comandante-geral da PM, coronel Álvaro Camilo, e contam sempre com o aval de Kassab.

PRESTÍGIO

A ampliação de poderes dos oficiais da Polícia Militar, segundo o sociólogo Álvaro Gullo, aumenta o prestígio da corporação diante da opinião pública e a fortalece como instituição policial.

Esse fortalecimento atende aos interesses de coronéis da PM na disputa (não admitida) com a Polícia Civil para se sobrepor a ela em eventual unificação imposta por lei.

O interesse é, porém, manter da forma como está.

Com o controle de quase metade das subprefeituras de São Paulo, os oficiais conseguem uma aproximação com setores da sociedade civil que dificilmente conseguiriam apenas com o serviço policial.

Gullo diz que não concorda com a escolha de Kassab de colocar policiais militares nas subprefeituras. Essa função, segundo ele, é para administradores.

"Eles [os oficiais escolhidos] são pessoas reformadas. Têm formação diferente da de um administrador. Se o problema das subprefeituras fosse segurança pública, tudo bem. Mas não é", afirma o sociólogo.

O coronel da reserva José Vicente da Silva diz que a maioria dos oficiais superiores da Policia Militar de São Paulo possui grande experiência em gestão e uma série de especializações, além das exigidas para a área de segurança pública.

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