“Cidades médias crescem mais, diz Ipea” – Folha de S.Paulo

 

Municípios com mais de 100 mil e menos de 500 mil habitantes tiveram aumento populacional acima da média nacional

Enquanto o crescimento populacional no país foi de 1,17% ao ano, os municípios médios cresceram 1,5% ao ano

DO RIO

As cidades de médio porte, com mais de 100 mil habitantes e menos de 500 mil, tiveram aumento de população superior ao da média do país.

Estudo divulgado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base nos dados apresentados pelo Censo 2010, mostra que estas cidades registraram crescimento a um ritmo de 1,5% ao ano.

Em todo o país, o aumento da população no período considerado ocorreu a uma taxa inferior: 1,17% ao ano.

De acordo com o Ipea, entre os fatores que explicam esse impulso nas cidades médias estão o preço elevado da terra nas grandes capitais e também novos focos de atividade econômica, o que tende a atrair população.

"Na sede metropolitana há oferta razoável de serviços e isso contribui para elevar o preço da terra, o que leva as pessoas a municípios vizinhos", diz o pesquisador do Ipea, Bernardo Furtado.
"Isso é preocupante porque cidades médias têm mais problemas de orçamento e de capacidade gerencial para oferecer serviços para a população", afirma.

No caso de São Paulo, por exemplo, o IBGE afirma que atividades agrícolas, estabelecimento de fábricas no interior e o aquecimento de atividades industriais contribuem para atrair população.

PLANEJAMENTO

Demógrafos destacam que os resultados do Censo indicam a necessidade de investir em planejamento para que, no futuro, as cidades médias não repitam os mesmos erros das metrópoles em áreas como saneamento, saúde, entre outras.

O estudo realizado pelo Ipea ressalta ainda a manutenção da tendência de expansão mais acentuada nas regiões metropolitanas do que nas próprias capitais.

Esse efeito foi constatado nas regiões metropolitanas de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Pernambuco, Salvador e São Paulo.

A única exceção foi o Rio de Janeiro, em que a população da capital cresce ao ritmo de 0,77% ao ano, enquanto a região metropolitana tem expansão a uma taxa de 0,56%.

Segundo Furtado, o Rio tem uma capital com capacidade de aumento da população em áreas mais afastadas, mas que estão dentro dos limites da cidades.

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