‘Tenha a sensação de Nagoya’, disse, lembrando reunião que deu resultado.
Ban Ki-moon espera que conferência avance para um ‘amplo acordo’.
Dennis Barbosa Do G1, em Cancún
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse no final desta terça-feira (7) que está otimista em relação às negociações da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 16) em Cancún, no México. Ela lidera a delegação brasileira na reunião.
"Tenho a mesma sensação que tinha durante o processo de Nagoya, e tivemos resultados", disse, referindo-se à negociação sobre biodiversidade ocorrida na cidade japonesa em outubro, quando surpreendentemente foi aprovado um pacote de medidas para frear a destruição da variedade de espécies, incluindo um protocolo internacional de regras sobre o uso de recursos genéticos.
"Hoje estou otimista. Acredito que possamos chegar a novos arranjos. Mas há desafios, claro, do contrário a presidência não nos teria chamado", comentou Izabella Teixeira.
A chanceler mexicana Patricia Espinosa, que preside a COP 16, pediu que Brasil e Reino Unido discutissem com os outros países envolvidos formas de superar o impasse em relação a um prolongamento do Protocolo de Kyoto. Ela pediu a outros pares de nações desenvolvidas e em desenvolvimento – como Suécia e Granada, ou Espanha e Argélia – que busquem soluções para outros gargalos da conferência.
Secretário-geral
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também se juntou aos negociadores do clima no México e acompanha as discussões. "Não há solução mágica para as mudanças climáticas", disse a jornalistas, acrescentando esperar que Cancún resulte num "amplo acordo".
Ele destacou que a proteção das florestas, a adaptação às mudanças climáticas nos países pobres, a transferência de tecnologias, o financiamento dos países em desenvolvimento e uma decisão a respeito do Protocolo de Kyoto, devem ser prioritários nas negociações.
Um dos pontos mais complicados da COP 16 é a discussão sobre a continuidade do protocolo. O Japão já disse que é contra. Aprovado em 1997, trata-se do único instrumento legalmente vinculante (de cumprimento obrigatório), em que países desenvolvidos se comprometem a reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa. Como ele expira em 2012 e não há um acordo para substituí-lo, discute-se que seja prorrogado, para que não haja um período sem acordo algum.
"O Protocolo de Kyoto é o unico legalmente vinculante para reduzir emissões que temos no momento. Espero que aqui em Cancún façam progresso, mesmo que não cheguem a um acordo final (sobre o protocolo)", disse Ban Ki-moon.