Eleição na Câmara provoca pedidos de CPI e saída de secretário

 

A uma semana da votação para a Mesa Diretora, disputa inclui ameaças de investigações e exoneração temporária de Marcos Cintra da Secretaria do Trabalho

Airton Goes airton@isps.org.br

Os vereadores que integram o centrão – bloco político formado por vereadores de vários partidos – protocolaram pedidos para instalação de duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) na Câmara Municipal de São Paulo. Por outro lado, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) exonerou a pedido o secretário municipal do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra. Ambas as ações fazem parte da disputa pela presidência do Legislativo paulistano, que se encontra na reta final – a eleição está marcada para o dia 15.

Uma das CPIs solicitadas pelo centrão seria para apurar os contratos da prefeitura com as Organizações Sociais que atuam na área da saúde. A ameaça de investigação é vista na Casa como uma forma de o grupo reafirmar seu descontentamento com o que chama “de interferência do prefeito nos assuntos da Câmara”.

A outra CPI teria como foco um caso antigo, conhecido como “frangogate”, que ocorreu durante a gestão de Paulo Maluf. A tentativa de ressuscitar o assunto está sendo encarada como uma represália do centrão ao apoio do Partido Popular (PP) à candidatura do vereador José Police Neto (PSDB) à presidência da Casa. O PP é o partido do ex-prefeito.  

Já a exoneração de Marcos Cintra, divulgada no Diário Oficial desta quarta-feira (8/12), tem objetivo oposto. Ele reassumiria seu mandato de vereador, no lugar de Quito Formiga, apenas para votar em Police Neto, que é apoiado pelo prefeito, e depois retornaria ao comando da secretaria.

Formiga era um voto considerado certo pelo centrão para a candidatura de Milton Leite (DEM), embora este insista em dizer que não é candidato. Com a troca, o grupo que defende a eleição de Police Neto afirma contar com os votos necessários para vencer a parada. A Câmara possui 55 vereadores e para ser eleito o candidato precisa de, no mínimo, 28 votos.            

Enquanto a disputa pela presidência e pelos outros cargos da Mesa Diretora mobiliza a atenção dos parlamentares, as votações continuam paralisadas na Casa. A sessão extraordinária mais uma vez foi derrubada e os dois projetos que estavam na pauta nem foram debatidos. Um deles é que autoriza a prefeitura a celebrar contratos de concessão para publicidade em relógios digitais de rua e pontos de parada de ônibus. 

Com isso vai se confirmando a previsão do presidente da Câmara, Carlos Antonio Rodrigues (PR), de que apenas o orçamento da cidade será votado este ano.

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