Levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios abrangeu 71% dos municípios do Brasil
De acordo com o estudo, os municípios onde a droga ainda não está presente são os que têm população pequena
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
Levantamento sobre o uso de crack no país mostra que a droga está presente em 98% dos municípios pesquisados, mas apenas 14,8% das cidades contam com centros de atenção psicossocial para o tratamento dos usuários.
A pesquisa, realizada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios), abrangeu 71% dos municípios brasileiros. Todas as cidades do país foram contatadas, mas nem todas responderam.
Os 2% de municípios onde o crack ainda não está presente são de populações bem pequenas, como a gaúcha Dilermando de Aguiar (7.000 habitantes) e a catarinense Bom Jesus do Oeste (3.000).
Os secretários municipais da Saúde foram ouvidos pela CNM em novembro.
"O retorno por parte dos secretários é muito preocupante. Existem pequenos municípios do país que estão enfrentando sérios problemas em relação ao tráfico e ao consumo do crack e de outras drogas", diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Das cidades que participaram do levantamento, apenas 8,5% têm um programa municipal de combate ao crack, segundo a pesquisa.
A maioria destas cidades diz que tem ações para "mobilizar e orientar" a população. Mas só a metade (166 cidades) oferece tratamento.
SÃO PAULO
No Estado de São Paulo, 80% das cidades participaram do levantamento. Todas afirmaram enfrentar problemas relacionados ao consumo de crack.
À semelhança do que ocorre na esfera nacional, só 15,5% dos municípios paulistas dizem contar com centros de atenção psicossocial para o tratamento dos usuários.
Das 520 cidades do Estado que responderam aos questionários, 221 relataram que promovem ações de combate ao crack, como prevenção ao uso da droga (185) e atendimento a familiares e amigos de usuários (91).