Secretário de Cultura e prefeito Kassab são favoráveis à medida
"O assunto é urgente", diz Carlos Augusto Calil sobre o cinema; proprietário pediu devolução do imóvel
ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
Na tarde de ontem, foi tomada a primeira medida efetiva contra o fechamento do Cine Belas Artes, que funciona como cinema, na esquina da av. Paulista com a rua da Consolação, desde 1943.
Uma entidade civil protocolou na prefeitura o pedido de tombamento do edifício.
Diante do documento, o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, tomou uma decisão: a demanda será levada a votação já na próxima reunião do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp), na terça-feira, dia 18.
"O assunto é urgente", diz Calil. "Um patrimônio está em risco. O Conpresp é soberano, mas eu e o prefeito defendemos o tombamento."
Essa primeira votação diz respeito à abertura do processo. Caso os conselheiros acatem o pedido, terá início um estudo de avaliação e, depois disso, há nova votação.
"Durante o processo, várias restrições começam a valer", explica Calil. "Não se pode, por exemplo, alugar o local sem autorização do departamento de Patrimônio."
Gilberto Kassab recebeu, durante a semana, diversos pedidos para que a prefeitura ajude a salvar o cinema.
PASSEATA
O fim do Belas Artes foi antecipado por reportagem da Folha na semana passada. O dono do imóvel, Flávio Maluf (que não é filho do político Paulo Maluf), pediu a devolução do espaço.
Na última segunda-feira, um grupo de cerca de 200 pessoas se encontrou na avenida Paulista em direção ao vão livre do Masp, para protestar contra a medida.