“Áreas de enchentes devem receber mais gente” – Jornal da Tarde

 

BRUNO RIBEIRO
TIAGO DANTAS

Cerca de 450 mil pessoas devem migrar para áreas sujeitas a enchentes se forem concretizadas as cinco principais propostas urbanísticas elaboradas pela Prefeitura de São Paulo. São regiões que ficam em várzeas ou às margens de córregos e rios onde costumam ocorrer alagamentos. Urbanistas dizem que há risco de que o forte adensamento populacional e a impermeabilização do solo provoquem ainda mais enchentes. A Prefeitura argumenta que há previsão de obras para melhorar a drenagem dessas áreas.

As propostas que podem levar ao adensamento dessas regiões são as operações urbanas Vila Sônia (zona oeste), Lapa-Brás e Mooca-Vila Carioca (do centro à zona sul), Água Branca (na zona oeste, ocupando parte da operação Lapa-Brás) e Rio Verde-Jacu (zona leste). Segundo os dados da secretaria, apresentados no fim do ano passado, o número de moradores de alguns desses bairros pode dobrar. Os projetos devem ficar prontos até o meio deste ano.

Entre as operações está a da Água Branca, que na verdade está sofrendo alterações para se adaptar a legislação federal. Posta em prática em 1995, a operação já arrecadou R$ 85 milhões até agora, mas não ocorreram obras que conseguissem amenizar as enchentes que ocorrem na região.

A urbanista Lucila Lacreta, diretora do Movimento Defensa São Paulo, defende que a ocupação de áreas próxima a córregos e várzeas não deva ocorrer.  “O chão próximo aos cursos de água, nas várzeas, tem uma característica diferente. Seria mais interessante deixá-lo livre para absorver a água da chuva em vez de construir inúmeros prédios residenciais em cima”, opina.

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