“Paulistanos desaprovam preço de transporte público e soluções para áreas de risco, diz pesquisa Ibope” – R7

 

Levantamento da ONG Movimento Nossa São Paulo avalia qualidade de vida na capital

Luciana Sarmento, do R7

A tarifa do transporte público e as soluções para áreas de risco na capital paulista são motivos de insatisfação para a maioria dos 1.512 moradores de São Paulo ouvidos em pesquisa Ibope encomendada pela ONG Movimento Nossa São Paulo.

O preço das passagens, que incomodava 76% dos entrevistados em 2009, passou a ser desaprovado por 80% no levantamento feito entre os dias 29 de novembro e 12 de dezembro de 2010. No final do ano passado, pouco depois do período das entrevistas, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou o aumento da passagem de ônibus de R$ 2,70 para R$ 3.

E a desaprovação não abrange apenas o custo da passagem. Segundo a pesquisa, que avalia a qualidade de vida do paulistano, os entrevistados se disseram muito insatisfeitos em quase todos os quesitos referentes ao transporte público na capital.

A restrição aos ônibus fretados, o tempo de espera nos pontos de coletivos e a pontualidade do serviço desagrada a cerca de 70% dos entrevistados em todas as áreas da cidade.

O tamanho da rede do metrô foi o item melhor avaliado: 21% dos entrevistados se disseram muito satisfeitos e 40% deram nota entre seis e oito, em escala que varia de um (muito insatisfeito) a dez (muito satisfeito). Apesar disso, 39% afirmaram estar muito insatisfeitos com a extensão das linhas.

Medo de alagamentos

Em meio à temporada de chuvas em São Paulo, quando até quarta-feira (19) 24 pessoas haviam morrido desde dezembro passado em todo o Estado, as soluções criadas para quem vive em área de risco foram desaprovadas pela maioria dos entrevistados (74%). Entretanto, o total de entrevistados insatisfeitos caiu de 78%, em 2009, para 74% no último levantamento. Apenas 5% dos entrevistados classificaram o item como muito satisfatório.

Segundo o levantamento, 23% se disseram com medo de alagamentos. Em comparação ao ano passado, no entanto, quando foi registrado 28%, o número caiu.

Ainda quanto à questão habitacional, políticas que permitem compra de casa própria, reurbanização de favelas e ofertas de planos de moradia para todas as faixas salariais também são alvo de insatisfação para a maioria dos 1.512 entrevistados.

O percentual de moradores da cidade que classificam a administração municipal como ótima ou boa caiu de 28% para 27%. Aumentou de 46% para 51% o total de entrevistados que a considera regular, e diminuiu de 26% para 21% os que avaliam o trabalho da prefeitura como ruim ou péssimo (1% não soube ou preferiu não responder).

Qualidade de vida

O total de moradores de São Paulo insatisfeitos com a capital paulista diminuiu entre 2009 e 2010, mas ainda assim, a maioria dos entrevistados quer deixar a cidade.

Honestidade dos governantes está entre os aspectos que registram maior nível de insatisfação, com nota de 2,7 em uma escala de um a dez, seguido por punição à corrupção e transparência dos gastos e investimentos públicos, ambos com nota 3.

Para a maior parte dos entrevistados (47%), a qualidade de vida em São Paulo melhorou em 2010; 44% avaliaram o ano como estável e, para 9%, a qualidade de vida piorou no último ano.

Na divisão por subprefeituras, a região de Capela do Socorro e Cidade Ademar, ambas na zona sul, é a mais insatisfeita com a qualidade de vida – seus moradores deram a menor nota (4,5) em uma escala de um a dez.

O bairro de Pinheiros, na zona oeste, foi o melhor avaliado, com nota 6,2. Ao todo, 12 regiões foram classificadas dentro do maior grau de satisfação.

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