Sarah Fernandes | sarahfernandes@aprendiz.org.br
Os moradores da capital paulista que utilizam o sistema público de saúde esperam, em média, mais de cinco meses para realizar procedimentos médicos complexos, como internações e cirurgias. A demora para consultas e exames ultrapassa dois meses.
O diagnóstico consta na pesquisa Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), que busca avaliar a qualidade de vida na cidade de São Paulo. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (20/1), foi feito pelo Ibope e pelo Movimento Nossa São Paulo.
O estudo ouviu 1512 moradores da capital paulista entre 29 de novembro e 12 de dezembro de 2010. Deles, 77% declararam que utilizam o serviço público de saúde.
Ao todo, 79% dos entrevistados estão insatisfeitos com o tempo de espera para marcar cirurgias e exames especializados, que chega a uma média de 166 dias. Dos participantes da pesquisa, 16% esperaram mais de um ano para realizar os procedimentos e apenas 2% esperaram entre uma e duas semanas.
A demora para realizar consultas foi considerada insatisfatória por 80% dos entrevistados. Os exames simples demoram, em média, 76 dias, e as consultas 61. “Dos 12 tópicos da pesquisa em que a avaliação caiu em relação a 2009, quatro são relacionados à saúde. A pior crítica é em relação à dificuldade de acesso aos serviços”, avalia a técnica do Ibope responsável pela pesquisa, Márcia Cavallari.
No levantamento, a saúde recebeu nota vermelha dos participantes da pesquisa, ficando com 5,1 em uma escala de 0 a 10, onde 0 retrata total insatisfação e 10 plena satisfação. A média é 5,5.
O tempo de espera entre o agendamento e a realização de exames sofisticados e cirurgias recebeu nota 3,7 e a espera para passar por consultas ficou com 3,4.
As notas azuis, em geral, foram para os cuidados pessoais com a saúde, como atenção com alimentação (6,5), qualidade do sono (6,3) e cuidado com a saúde (6,4). A maior nota foi para as campanhas de vacinação, que alcançou 7 pontos.
Já os temas que requerem participação do poder publico ficaram, na maioria, com notas vermelhas, como proximidade de hospitais (5,3), fiscalização sanitária (4,5) e políticas em relação ao aborto (4,9).