Anúncio foi feito ontem pelo governador Alckmin; queda é de 5% em 2010
Será difícil reduzir os homicídios ainda mais, diz; dados completos sobre violência serão divulgados amanhã
FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO
O total de homicídios no Estado de São Paulo caiu 5,35% em 2010 na comparação com o ano anterior.
Foram registrados 4.320 homicídios no ano passado, contra 4.564 em 2009. É o menor número desde 1999.
Os dados, parciais, foram divulgados ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano, porém, não apresentou outras estatísticas sobre a violência no Estado -os números devem ser anunciados amanhã.
A taxa de homicídios de 2010 foi de 10,47 para cada 100 mil habitantes. Em 2009, quando os homicídios subiram após dez anos em queda, o índice foi de 10,95.
Apesar da redução, a taxa ainda está acima da faixa considerada como violência epidêmica pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que é de 10 homicídios por 100 mil habitantes.
O total de vítimas -que pode ser maior porque há casos com mais de um morto- não foi divulgado.
DIFÍCIL REDUZIR MAIS
O governador disse que os dados são positivos, mas afirmou ver dificuldades para reduzir ainda mais esse número. "É mais difícil agora porque o número já é mais baixo. Mas nós chegamos ao melhor número da série."
Segundo o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, os dados são "bastante alentadores". Ele disse que a queda ocorreu em todo o Estado, mas reforçou que esses dados só devem ser apresentados amanhã.
Em 2009, o aumento dos homicídios foi impulsionado principalmente pelas cidades do interior do Estado.
Para José dos Reis Santos Filho, coordenador do Núcleo de Estudos sobre as Situações de Violência e Políticas Alternativas, da Unesp, os novos números mostram estabilidade. "Nem houve queda muito significativa, nem sinaliza tendência de alta. A taxa de homicídios está sob controle no Estado."
Ele considera ser cedo para analisar melhor a situação do Estado, já que os indicadores de cada região ainda não foram divulgados. "Na capital, há maior participação da população, em movimentos com diálogo muito forte com a administração."
Segundo o pesquisador, o patamar aceitável reconhecido internacionalmente "tem menos de dois dígitos".
"A situação ideal é de taxas inferiores a 5%". Ele criticou o discurso do governador. "Sempre há condições de abaixar mais."
Colaborou CRISTINA MORENO CASTRO