A Copa do Mundo de 2014 não deve trazer melhoria para a infraestrutura do transporte em Itaquera, zona leste da capital, onde o Corinthians vai erguer o seu estádio, que deve receber a abertura da competição. Também não está prevista nenhuma nova grande obra viária. Estado e Prefeitura falam em investir apenas nas linhas de trem e metrô já existentes. Nada de novos ramais. Promessas de obras só “alças de acesso e alargamento de vias”.
Itaquera é a última estação da Linha 3-Vermelha do Metrô. É também uma das regiões mais populosas da cidade, mas com baixa oferta de emprego. Os deslocamentos são fundamentais, especialmente em direção ao centro.
O resultado: a linha é a mais lotada do planeta. Tem 10 pessoas por metro quadrado, quando o tolerável é seis. “Trem lotado, calor, fila para pegar escada, para passar na catraca, para entrar no trem. É um inferno”, diz o auxiliar de serviços gerais Antônio Alves dos Reis, de 26 anos, passageiro da linha.
O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirma que, somados, Metrô e CPTM dão conta da demanda. “O estádio terá capacidade para 60 mil torcedores. As duas linhas transportam 120 mil pessoas por hora. Em meia hora, eu loto o estádio”, disse Fernandes, na semana passada.
A Prefeitura tem projeto para fazer um corredor de ônibus na Radial Leste. Mas a futura via expressa só vai até a metade do caminho. Para no cruzamento da Radial com a Avenida Aricanduva, a 8,7 km de distância do estádio.