“Desemprego no País é o menor desde 2003” – Jornal da Tarde

 

A taxa de desemprego ficou em 6,1% em janeiro, o nível mais baixo para este mês desde 2003, apontou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A desocupação, porém, subiu ante dezembro de 2010, movimento já esperado, por causa da dispensa dos trabalhadores temporários contratados no fim do ano.

Após um ano com resultados sem precedentes para o mercado de trabalho, a expectativa é de que os avanços em 2011 — tanto na redução do desemprego quanto na alta da renda média do trabalhador — sejam um pouco mais modestos. Sem a repetição do crescimento da economia visto em 2010, a tendência é que as empresas contratem menos, o que pode resultar em elevação do desemprego ao longo do ano, embora deva permanecer em níveis inferiores aos de 2010.

“A economia brasileira vai crescer menos em 2011 e vai criar menos empregos. Por isso, a taxa de desemprego vai ter uma tendência de aumentar um pouco”, avalia o economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio, acrescentando, porém, que as altas no índice devem ser marginais e não são motivo de grande preocupação.

O primeiro sinal de que os resultados do mercado de trabalho não devem ser tão vistosos quanto os registrados no último ano foi dado pelo menor índice de efetivação de profissionais temporários contratados no fim do ano passado. O IBGE apontou que a população ocupada teve queda de 1,6% em janeiro deste ano ante dezembro do ano passado, o que refletiu, em parte, a dispensa dos temporários no período.

Já ao analisar a evolução da população ocupada de dezembro de 2009 para janeiro de 2010, a queda, que ocorre costumeiramente pela dispensa dos temporários, foi menos intensa, de 1%.

Segundo avaliação do técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Roberto Gonzalez, o menor nível de efetivação também se deve a uma base de comparação baixa. “Na virada de 2009 para 2010, estávamos voltando a crescer de forma muito acelerada, após um momento em que as empresas tinham reduzido estoques e demitido gente”, diz, ao explicar a necessidade que as empresas tiveram de reter os trabalhadores naquele momento.

Janeiro também marcou o maior rendimento médio real para este mês na série histórica iniciada em 2002. O gerente da PME, Cimar Azeredo, destacou que, apesar da elevação da inflação nos últimos meses de 2010 e no começo deste ano, o trabalhador teve salto positivo na renda, com altas de 0,5% em janeiro deste ano ante dezembro de 2010 e de 5,3% ante janeiro do ano passado.

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