“CET diz que pretende substituir semáforos até 2012” – Jornal da Tarde

 

Com mais um dia de panes nos semáforos da cidade, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) pretende substituir um em cada seis faróis da capital por modelos mais resistentes e modernos até janeiro do ano que vem. Especialistas em engenharia elétrica e de trânsito dizem que só a troca não é suficiente para evitar apagões, que têm se tornado rotina a cada chuva. Quem andou na rua ontem de manhã encontrou 114 faróis com defeito. No fim da tarde, eram ao menos 90.

Foi por causa de uma falha em um conjunto desses que dois micro-ônibus se chocaram na manhã de ontem, na Lapa, zona oeste. Segundo testemunhas, o farol amanheceu desligado depois do temporal de domingo. Motoristas e moradores dizem que as panes são recorrentes. “Não sei o que acontece que sempre apaga. Graças a Deus não houve nada mais grave, porque as pessoas dirigem em alta velocidade”, disse Erick Romanova, funcionário de um estacionamento que fica na esquina das duas vias. Três pessoas ficaram feridas na colisão.

A cena de carros embaralhados no trânsito, desorientados pela falta de semáforos se repetiu em toda a cidade. Segundo o frentista Valdique Pina, de 36 anos, os faróis do cruzamento da Avenida Brigadeiro Luís Antonio com a Rua Maria Paula, na região central, pifam a cada chuva. “Tinham de arrumar de vez, porque aqui fica um caos.” Agentes de trânsito organizavam o tráfego no local ontem, o que não impediu congestionamentos.

A situação se repete há anos também na Avenida São Miguel, em São Miguel Paulista, zona leste, segundo o frentista Mario Santana, de 35 anos. “O pessoal nem esquenta mais porque é sempre assim.” Em toda a via, a reportagem contou 11 semáforos desligados ou com o amarelo piscante. A CET esteve nos locais e colocou cones na pista para evitar acidentes.

As falhas, em geral, são consequência de falta de luz, infiltração de água nas caixas semafóricas, variações de voltagem na rede de eletricidade e descargas elétricas. Os semáforos continuariam funcionando durante um blecaute se fossem ligados a no-breaks, equipamentos que armazenam energia por algumas horas. “Ainda não se confirmou a eficiência técnica. Mas é uma saída”, opina o presidente do sindicato dos agentes de trânsito (Sindiviários), Reno Ale.

Para impedir que variações de carga na rede queimem equipamentos das caixas semafóricas, poderiam ser instalados dispositivos que filtram a voltagem. “Se a corrente elétrica estiver acima do normal, esse dispositivo manda a corrente pro chão e evita que os equipamentos queimem”, explica o professor de engenharia elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI) Reinaldo Lopes.

Com o objetivo de evitar que as lâmpadas queimem ao entrar em contato com a chuva, a CET pretende trocá-las por luzes do tipo LED – 7.610 foram substituídas em 2010. A empresa pretende instalar, também, cerca de 1.000 semáforos eletrônicos, que são ligados à central e avisam quando têm defeito. Com relação às variações de voltagem, a companhia diz que, junto com a Eletropaulo, está montando um “banco de dados dos semáforos, que incluirá datas de manutenção, histórico de funcionamento e análise da demanda de variação de energia”. A CET diz que, “dos 6.072 cruzamentos semaforizados, em média, 2% têm apresentado falhas”.

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