Unidades foram construídas pela Prefeitura de SP em regiões condenadas, de córrego e encosta, e podem deslizar
Córrego fica a apenas 5 metros de posto de saúde; em escola, aulas já foram canceladas devido às fortes chuvas
"DO AGORA"
Duas unidades de atendimento público, um posto de saúde e uma escola, estão entre as 407 áreas de risco da cidade de SP, segundo mapeamento do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), e podem deslizar com a chuva.
A Unidade Básica de Saúde Vila Clara, zona sul, fica a cinco metros de um córrego.
A UBS foi inaugurada em 2005, quando a região já tinha ocupações irregulares.
Segundo uma agente de saúde, o muro dos fundos do posto, que tinha rachaduras e separava a unidade de casas construídas sobre o córrego, já ameaçou cair sobre as moradias e derrubar parte do estacionamento da UBS.
Há um ano e meio, nove moradias foram removidas e o muro, reconstruído.
O problema é mais grave, porém, na escola municipal Wladimir de Toledo Piza, que fica no Jardim Iguatemi (zona leste), onde um barranco ameaça a construção.
Segundo funcionários e mães de alunos, sempre que chove, o local fica cheio de lama. "As aulas já tiveram que ser canceladas porque salas de aula estavam sujas ou tinham sido inundadas", disse uma funcionária.
Há quatro meses, um muro foi construído para conter água e barro que vêm com a chuva. Os frequentes deslizamentos abalaram a estrutura local e causaram rachaduras. A quadra está interditada.
Para João Sette Whitaker, professor da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), a presença de equipamentos públicos em áreas de risco demonstra erros de decisão. "Nos dois casos, houve erros de gestão", diz. (FABIANA CAMBRICOLI, MARCELLE SOUZA E CAIO DO VALLE)